Após o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe) apresentar variação zero (0,0%) na segunda quadrissemana de junho, a projeção para o IPC do mês caiu de 0,27% para 0,18%, de acordo com o coordenador do índice, Guilherme Moreira. A estimativa para o ano continua em 6,0%, mas tem viés de baixa.
O principal destaque do IPC-Fipe na segunda quadrissemana, segundo Moreira, foi o comportamento do grupo Alimentação, que acelerou o ritmo de queda em relação à leitura anterior (-0,39% para -0,73%). A expectativa é de que o grupo siga com deflação e encerre junho com baixa de 0,65%, com contribuição dos produtos in natura e semielaborados, que apresentaram retrações de 2,37% e 1,59% nesta leitura, respectivamente, após recuos de 1,79% e 0,76% na primeira quadrissemana.
"Tem quedas de alguns itens que vêm de sazonalidade: quando esfria, cai demanda de forma muito grande. É o caso dos produtos in natura. Isso é normal acontecer, este ano teve um frio mais intenso", pontua Moreira, que destaca também a desaceleração dos produtos industrializados (0,16% para 0,08%). "Há uma forte desaceleração de custos na economia e isso está chegando nos industrializados, com ponta negativa de 0,04%", acrescenta o coordenador do IPC.
De acordo com Moreira, a deflação de Alimentação e de Transportes - que apresentaram queda de 0,39% nesta leitura, puxados pela continuidade dos recuos de gasolina (-1,29% para -1,79%) e etanol (-3,27% para -5,38%) - limitou a alta do grupo Despesas Pessoais (0,92% para 0,86%), ainda pressionado por loterias (11,48% para 7,32%).
A difusão do IPC-Fipe na segunda quadrissemana de junho foi de 57,67%, ante 57,88% na primeira quadrissemana e 61,56% na segunda quadrissemana de maio. "Chegou a 74% em janeiro. Passar de 74% para 57% em 6 meses significa uma grande desaceleração, que está acontecendo", pontua o coordenador do índice.
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