A inflação na cidade de São Paulo medida pelo Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisa Econômica (IPC-Fipe) teria sido zero, se não fosse o efeito do reajuste no preço dos combustíveis, anunciado pela Petrobras há duas semanas, afirma o coordenador do indicador, Guilherme Moreira.
O IPC-Fipe encerrou julho com alta de 0,06%, desacelerando em relação aos 0,26% registrados em junho. O resultado desta leitura ficou dentro das estimativas de instituições de mercado consultadas pelo Projeções Broadcast, que variavam de altas de 0,05% a 0,10%, mas ficou abaixo da mediana, de 0,09%.
Para o dado fechado em agosto, a Fipe estima aceleração a 0,24%.
Da elevação total do IPC (0,06%) em julho, 0,055 ponto porcentual de contribuição positiva veio apenas da variação da gasolina no mês, que subiu 2,23%.
Entre os vetores de baixa desta leitura, o destaque foi mais uma vez o grupo Alimentação, com recuo de 1,12%, puxado por itens in natura, como tomate, cenoura e mamão. Os alimentos, salienta Moreira, devem ter registrado em julho a variação mais baixa do ano e a tendência à frente é de aceleração, com impacto de alta puxado, primeiro pelos alimentos industrializados e, depois, pelos itens in natura, na esteira do sazonal reaquecimento da demanda por esses itens. "Nos industrializados vemos algum efeito da pressão cambial também", acrescenta o coordenador.
A projeção de Moreira para agosto é de aceleração do IPC-Fipe a 0,24%, mas ainda com recuo no grupo dos alimentos, de 0,21%.
Entre os pontos de atenção, ele ainda destaca que a inflação de serviços intensivos em mão de obra já acumula uma alta de 3,5% no ano até aqui no IPC-Fipe.
"Está dentro do esperado, dado o aumento da renda até aqui. Mas ainda falta quase metade do ano para entrar na conta; essa inflação subirá mais", atenta Moreira.
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