O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), Guilherme Moreira, ajustou residualmente sua projeção para o fechamento do indicador em julho, que passou de 0,02% para 0,03%. Conforme divulgou a Fipe na manhã desta terça-feira, 18, o IPC acelerou de queda de 0,02% para recuo de 0,01% na passagem da primeira para a segunda quadrissemana do mês.
Entre os destaques desta leitura, e que justificam o ajuste na projeção, Moreira cita que o grupo Transportes (-0,09% para 0,04%) já "virou o sinal" e deve passar a pressionar o índice para cima, na esteira da reoneração dos combustíveis. Tanto a gasolina (1,39% para 2,68%) quanto o etanol (-3,66% para -1,73%) aceleraram nesta leitura. "Mas na ponta da quadrissemana, essa variação já está maior, de 3,92% na gasolina e de 1,72% positiva no etanol", observa Moreira.
Segundo o coordenador, o efeito de alta dos combustíveis, no entanto, vem sendo moderado por quedas nos automóveis novos (-2,56% para -3,83%) ainda sob efeito do programa do governo federal de incentivo às montadoras e à produção de veículos.
O grupo Alimentação (-0,71% para -0,78%) também seguiu em queda nesta leitura, com destaque para deflações observadas em grande parte dos cortes de carnes que compõem o grupo, pontua Moreira. "Seguimos vendo os reflexos das quedas nos custos de insumos, em especial grãos, ao mesmo tempo em que a demanda interna não está tão aquecida", diz.
Para Moreira, outro ponto de destaque desta e das leituras recentes do IPC-Fipe vem sendo as variações "comportadas" do grupo Despesas pessoais (0,28% para 0,24%) e itens ligados aos serviços em geral. "Foram componentes que subiram muito no movimento de reabertura do pós-pandemia, mas que agora estão sem muita pressão, até pelas condições de crédito e juros altos", explica. "A inflação de alguns serviços está voltando ao patamar do resto da economia, e isso reflete nos preços", emenda.
Com isso, o coordenador avalia que a projeção para o IPC-Fipe ao final do ano, hoje de 5,5%, deverá ser revista para baixo nas próximas semanas, com a estimativa ficando mais próxima de 5,0%.
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