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Fim de cobrança extra deve reduzir conta de energia em 6,5%, estima mercado

O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta quarta-feira, 6, o fim da bandeira escassez hídrica, em vigor desde setembro do ano passado, e a volta da bandeira verde na conta de luz a partir do próximo dia 16 - uma antecipação em relação ao prazo esperado p

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 07.04.2022, 08:25:00 Editado em 07.04.2022, 08:33:10
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O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta quarta-feira, 6, o fim da bandeira escassez hídrica, em vigor desde setembro do ano passado, e a volta da bandeira verde na conta de luz a partir do próximo dia 16 - uma antecipação em relação ao prazo esperado para troca da bandeira, que seria no fim do mês.

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Pelas contas do governo, a conta de luz teria redução de cerca de 20% com o fim da cobrança de taxa extra para bancar o funcionamento de termoelétricas. Especialistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) afirmam, no entanto, que a queda deverá ser diluída com os reajustes tarifários das distribuidoras que serão estabelecidos ao longo deste ano. A PSR, maior consultoria de energia do País, estima que, em média, esses reajustes serão de 15%. Então, computados os aumentos tarifários em 2022, a redução média na conta de luz do consumidor residencial deverá ser de 6,5%.

Além dos efeitos positivos para os consumidores, o fim da bandeira extraordinária deve levar a uma desaceleração da inflação em maio.

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Anunciada em agosto, a bandeira escassez hídrica foi uma das medidas estabelecidas pelo governo em 2021 para evitar falhas no fornecimento de energia em meio a grave crise hídrica. O patamar, que se encerraria em 30 de abril, representa uma cobrança adicional de R$ 14,20 a cada 100 quilowatts-hora (kWh). Em um cenário muito diferente, já que choveu o suficiente para garantir a recuperação dos reservatórios, o governo descartou agora a possibilidade de prorrogar a cobrança adicional ou a criação de um patamar extraordinário.

"Com o esforço de todos os órgãos do setor elétrico, conseguimos superar mais esse desafio e o risco de falta de energia foi totalmente afastado. Os reservatórios estão muito mais cheios do que no ano passado. Os usos múltiplos da água foram preservados", escreveu o presidente no Twitter.

Desde o mês passado, Bolsonaro - que concorre à reeleição - já indicava em entrevistas e na sua live semanal mudança da bandeira tarifária, chegando a dizer que o modelo atual "mete a mão no bolso do consumidor". Na verdade, a tarifa de escassez hídrica estava prevista para valer até abril desde que foi criada. A dúvida do mercado era se haveria ou um escalonamento nessa redução.

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Para o gerente de Preços e Estudos de Mercado da consultoria Thymos Energia, Gustavo Carvalho, a cobrança mais cara já poderia ter sido suspensa há alguns meses, dado o cenário positivo em relação às chuvas. Nos últimos meses, o governo tem limitado a quantidade e o valor das usinas térmicas em operação. "O propósito das bandeiras tarifárias é sinalizar o custo do despacho térmico. Como o custo agora é menor, não faz sentido manter uma bandeira", afirma. Ele estima que em julho, agosto e setembro deve ser acionada a bandeira amarela.

O sistema de bandeiras foi criado em 2015. Na prática, as cores verde, amarela ou vermelha indicam se haverá ou não cobrança extra nas contas de luz e seu valor. O patamar para maio seria divulgado no dia 29 de abril.

Com medida, FGV vê queda de inflação em maio

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O fim da bandeira extraordinária deve levar a uma desaceleração da inflação em maio. Em 2021, a economia foi impactada pelos sucessivos aumentos na conta de luz. A criação do patamar extraordinário e outras medidas com custos bilionários adotadas pelo governo foram responsáveis por pressionar os preços da energia, que fecharam 2021 com alta de 21,21%.

O economista André Braz, do Ibre-FGV, afirma que o impacto da bandeira verde será absorvido já em maio. "A mudança vai trazer uma redução destacada no preço da energia elétrica e um efeito grande na inflação média, que pode até ser negativa. A previsão é de um IPCA médio de -0,20% em maio", disse. "É um efeito nacional, todas as cidades vão registrar o movimento ao mesmo tempo, diferente dos reajustes das distribuidoras, que acontecem em datas diferentes."

Para o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, qualquer redução na energia tem impactos positivos na inflação, mas isso é um movimento pontual. "É um alívio, mas não suficiente para tirar a inflação da trajetória de alta que vem sendo observada nos últimos meses", disse, acrescentando que outros componentes podem fazer com que os preços desacelerem em maio, como o valor do dólar.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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