A piora na percepção para os próximos meses puxou o quinto recuo mensal consecutivo da confiança da indústria, registrado em outubro, pela Fundação Getulio Vargas. No mês, o Índice de Expectativas (IE) recuou 1,6 ponto, para 90,8 pontos, o pior resultado desde julho de 2020 (90,5 pontos).
"A maioria dos segmentos reduz sua projeção de produção, dado o nível elevado dos estoques e o fraco nível de demanda", afirma o economista do Ibre/FGV Stéfano Pacini, em nota. Ele avalia que, apesar da melhora do cenário macroeconômico, as taxas de juros e o endividamento ainda se mantêm em patamares elevados, fatores que dificultam o reaquecimento da demanda.
"O efeito do início do ciclo de quedas na taxa de juros e das medidas governamentais com o intuito de reduzir o endividamento ainda não surtiram efeito na demanda por bens industriais e isso tem limitado a recuperação da confiança do setor", emenda.
Nas aberturas do indicador de expectativas, o ímpeto sobre as contratações recuou 2,7 pontos em outubro, para 94,3 pontos, também o menor nível desde julho de 2020 (93 pontos), já a produção prevista caiu 1,9 ponto, para 90,1 pontos, o menor nível desde abril de 2021 (86,6 pontos). Houve, em contrapartida, acomodação da tendência dos negócios para os próximos seis meses, com alta de 0,2 ponto, para 88,6 pontos - o indicador permanece abaixo dos 100 pontos desde setembro de 2021 (102,7 pontos).
A sondagem coletou informações de 1,113 mil empresas, entre os dias 1º e 24 de outubro. No mês, o Índice de Confiança da Indústria (ICI) do FGV IBRE cedeu 0,2 ponto, para 90,8 pontos, o menor nível desde agosto de 2020 (89,8 pontos). Em médias móveis trimestrais, o índice recuou 0,3 ponto, para 91,1 pontos, acumulando seu quinto resultado negativo.
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