MAIS LIDAS
VER TODOS

Economia

FGV: Brasil tem superávit recorde no ano, mas Argentina e China afetam 2º semestre, diz Icomex

A balança comercial brasileira registrou superávit recorde no acumulado de janeiro a julho deste ano, turbinado pelas exportações de commodities agropecuárias e petróleo bruto. Porém, o segundo semestre será menos favorável, diante do agravamento da crise

Daniela Amorim (via Agência Estado)

·
Escrito por Daniela Amorim (via Agência Estado)
Publicado em 22.08.2023, 09:00:00 Editado em 22.08.2023, 09:07:19
Imagen google News
Siga o TNOnline no Google News
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.
Continua após publicidade

A balança comercial brasileira registrou superávit recorde no acumulado de janeiro a julho deste ano, turbinado pelas exportações de commodities agropecuárias e petróleo bruto. Porém, o segundo semestre será menos favorável, diante do agravamento da crise na Argentina e da desaceleração já esperada na China, apontou o relatório do Indicador de Comércio Exterior (Icomex) divulgado nesta terça-feira, 21, pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

continua após publicidade

"Os possíveis impactos negativos com as turbulências na Argentina poderão impactar as exportações já esse ano. No caso da China, já era esperada a desaceleração das exportações para o segundo semestre", ressaltou o Icomex.

De janeiro a julho de 2023, o Brasil registrou superávit de US$ 53,6 bilhões, o maior para esse período do ano dentro da série histórica iniciada em 1998. O volume exportado pelo Brasil avançou 9,0% em relação ao mesmo período do ano anterior, enquanto o volume importado recuou 1,2%. Em termos de valor, as exportações aumentaram 0,1%, e as importações recuaram em 8,8%. Houve influência da queda de preços, que recuaram 7,7% de janeiro a julho nas exportações, e caíram 8,8% nas importações.

continua após publicidade

"Até o final do ano não se espera grandes variações nos preços, com uma possível tendência de alta no petróleo", estimou a FGV.

No acumulado de janeiro a julho de 2023, a China lidera o ranking de participação nas exportações brasileiras, com uma fatia de 30,3%, seguida pelos Estados Unidos (10,5%) e Argentina (5,7%).

"O quadro da economia chinesa preocupa com o viés de baixa nas projeções de crescimento do país, influenciada com a redução dos investimentos em construção, queda nas exportações e deflação, o que sinaliza a fraca demanda doméstica. Ressalta-se, porém, que as estimativas de um crescimento do PIB ao redor de 5% já era a estimativa oficial do governo chinês. Há um relativo consenso entre as análises sobre os possíveis impactos sobre as exportações brasileiras. As exportações da agropecuária seguiriam o comportamento sazonal esperado, com desaceleração do crescimento no segundo semestre", explicou a FGV.

continua após publicidade

"A segunda fonte de preocupação é a Argentina. Destaca-se o aumento das exportações para o país, mesmo com a recessão da economia. Até julho, as exportações de automóveis e peças continuavam crescendo e responderam por 19% das exportações brasileiras para a Argentina. A seca no país introduziu um novo produto na pauta: a soja em grão, com participação de 16% no acumulado até julho. No ano de 2022, as exportações de soja foram de US$ 181 milhões e em 2023, até julho, de US$ 1,7 bilhões."

O Icomex menciona que já estava prevista uma desaceleração das vendas do setor automotivo e a retomada gradual da regularização do plantio de soja, mas as "turbulências associadas ao período eleitoral, porém, levaram a uma piora do cenário econômico com medidas de proteção cambial".

"Não se espera que a contribuição da Argentina para o aumento do volume exportado se sustente nos próximos meses. Quanto às especulações sobre uma possível vitória do candidato que programa a dolarização da economia argentina, esse não seria o principal problema, pois a maior parte do comércio é realizada em dólares e/ou são transações intrafirmas. O maior impacto poderá advir da promessa de saída da Argentina do Mercosul, com perda do acesso preferencial de mercado, além de criar um cenário de instabilidade e incertezas quanto aos possíveis acordos negociados com outros países, como o acordo Mercosul-União Europeia", previu a FGV.

continua após publicidade

Quanto às remessas de produtos brasileiros para os Estados Unidos, a expectativa de redução da demanda provocada pelo aumento da taxa de juros resultaria num cenário também menos favorável para as exportações do Brasil.

"Em suma, até o final do ano se espera um menor ritmo de crescimento nas exportações", resumiu a FGV.

Gostou desta matéria? Compartilhe!

Icone FaceBook
Icone Whattsapp
Icone Linkedin
Icone Twitter

Mais matérias de Economia

    Deixe seu comentário sobre: "FGV: Brasil tem superávit recorde no ano, mas Argentina e China afetam 2º semestre, diz Icomex"

    O portal TNOnline.com.br não se responsabiliza pelos comentários, opiniões, depoimentos, mensagens ou qualquer outro tipo de conteúdo. Seu comentário passará por um filtro de moderação. O portal TNOnline.com.br não se obriga a publicar caso não esteja de acordo com a política de privacidade do site. Leia aqui o termo de uso e responsabilidade.
    Compartilhe! x

    Inscreva-se na nossa newsletter

    Notícia em primeira mão no início do dia, inscreva-se agora!