O ímpeto dos brasileiros para compras de bens de consumo duráveis aumentou 5,2 pontos em junho ante maio, impulsionando a alta na confiança do consumidor no mês, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV).
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) subiu 1,9 ponto em junho ante maio, na série com ajuste sazonal, para 91,1 pontos. Em médias móveis trimestrais, o índice ficou estável.
Em junho, o Índice de Situação Atual (ISA) cresceu 1,0 ponto, para 81,6 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE) avançou 2,6 pontos, para 98,1 pontos.
Entre os componentes, o item que mede o ímpeto de compras de bens duráveis deu a maior contribuição para a alta da confiança no mês, com aumento de 5,2 pontos, para 84,0 pontos. Houve elevação também nos itens que medem as perspectivas para a situação futura da economia, 2,0 pontos, para 110,3 pontos, e expectativas para as finanças futuras das família 0,3 pontos, para 100,4 pontos. O resultado positivo, porém, recupera apenas parte da queda registrada nesses itens em maio.
Quanto às avaliações sobre o momento atual, a percepção sobre as finanças pessoais das famílias avançou 2,2 pontos, para 71,5 pontos. Já a percepção sobre a economia local reduziu 0,3 ponto, para 92,0 pontos.
"Após recuo no mês anterior, a confiança do consumidor volta a subir, influenciada tanto pela melhora da percepção sobre a situação atual quanto pelas expectativas para os próximos meses. Esse resultado foi impulsionado, principalmente, pelas faixas de renda mais baixas. Em médias móveis trimestrais, a confiança dos consumidores reflete certa estabilidade e uma melhora tímida na média do segundo trimestre com relação ao trimestre passado. Tais resultados refletem a dificuldade em alcançar níveis mais satisfatórios de confiança e parecem estar vinculados às limitações financeiras das famílias e às taxas de juros elevadas, evidenciada pelos indicadores de situação financeira atual e de intenção de compra de duráveis, que apesar da melhora no mês, se mantém em níveis pessimistas", avaliou Anna Carolina Gouveia, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
Houve melhora na confiança em três das quatro faixas de renda familiar em junho. O índice passou de 87,2 pontos em maio para 91,4 pontos em junho entre as famílias com renda até R$ 2.100, alta de 4,2 pontos, enquanto as famílias com rendimentos entre R$ 2.100,01 até R$ 4.800 tiveram elevação de 4,0 pontos na confiança, de 83,2 pontos para 87,2 pontos. O indicador encolheu de 93,6 pontos para 92,9 pontos para famílias com renda entre R$ 4.800,001 e R$ 9.600, recuo de 0,7 ponto, e subiu de 92,8 pontos para 93,1 pontos, alta de 0,3 ponto, no grupo com renda acima de R$ 9.600,01.
A Sondagem do Consumidor coletou entrevistas entre os dias 3 e 20 de junho.
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