Assessor econômico da FecomercioSP, o economista André Sacconato disse aoBroadcastque pela primeira vez em sua carreira profissional tendeu a discordar e de uma decisão de política monetária do Banco Central (BC), uma vez que ele manteve o 'forward guidance' para o Copom de maio e não o cumpriu.
"Para mim, teria de ter acontecido algo tão rock and roll para mudar a orientação da política monetária e não aconteceu nada. O PIB está subindo, mas não está bombando. Se a questão é o fiscal, deveria ter sido mais enfático, mas o discurso não mudou muito do que já vinha sendo feito", disse Saconnato. Ele nota que mesmo as expectativas de inflação do mercado não se alteraram tão expressivamente.
Defensor de uma entidade representativa do comércio, Sacconato diz que o Copom deveria ter executado o 'forward guidance', cortado mais 0,50 ponto porcentual da Selic para, aí sim, indicar que os próximos passos da política monetária passariam a depender dos dados do setor externo, dos serviços e da inflação doméstica.
Sacconato diz reconhecer que o espaço para cortes de juro esteja fechando e que a taxa terminal de juro não tem como ser inferior a 9,50% ao ano, já que, em breve, a taxa de juro real ficará um pouco acima da taxa americana, na proporção de 5,5% para 2%, 2,5% do juro dos Estados Unidos.
"Não podemos ir para mais que isso porque a nossa taxa de desemprego está na segunda mínima da série histórica na média trimestral, a massa de renda está subindo a dois dígitos. A inflação de 3,9% em 12 meses permite algum corte de juro na média, mas não muito. Mas acho que ainda tinha espaço para um corte de 0,50 ponto porcentual neste Copom de maio", reiterou o assessor econômico da FecomercioSP.
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