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Fechamento juros: Taxas disparam com leilão, Lupi e Galípolo

Passada a pressão da manhã com o primeiro leilão do Tesouro do ano, os juros futuros mantiveram-se em alta firme nesta terça-feira, com avanços superiores a 30 pontos-base na maioria dos contratos. O movimento se dá ainda na esteira do mal-estar do mercad

Mateus Fagundes (via Agência Estado)

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Escrito por Mateus Fagundes (via Agência Estado)
Publicado em 03.01.2023, 18:57:00 Editado em 03.01.2023, 19:01:31
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Passada a pressão da manhã com o primeiro leilão do Tesouro do ano, os juros futuros mantiveram-se em alta firme nesta terça-feira, com avanços superiores a 30 pontos-base na maioria dos contratos. O movimento se dá ainda na esteira do mal-estar do mercado com medidas mais populistas do que o esperado, como a extensão da desoneração dos combustíveis, no começo do novo governo. Declarações do secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, e do ministro da Previdência, Carlos Lupi, também trouxeram incômodo.

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O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 passou de 13,529% no ajuste de ontem para 13,79% no fim da sessão de hoje. O janeiro 2025 subiu de 12,913% para 13,30%. O janeiro 2027 avançou de 12,917% para 13,28%. O janeiro 2029 saltou de 12,956% para 13,28%. E o janeiro 2031 foi de 12,931% para 13,22%.

Em termos de liquidez, o dia foi agitado. Além do retorno do mercado externo nesta terça-feira, o primeiro leilão de 2023 depois de um super vencimento de papéis e pagamento de cupons, típico das viradas de ano, vitaminou o mercado de juros futuros. O janeiro de 2024, o mais negociado entre os principais vencimentos, movimentou 674 mil contratos, quase o triplo da terça-feira passada.

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O mercado de juros trouxe resquícios da manhã e da véspera para a tarde desta terça-feira. Cedo, o investidor forçou por maiores taxas no leilão e o Tesouro não conseguiu vender a integralidade de papéis.

A razão deriva ainda das ações do primeiro dia útil do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Ontem, o mercado foi surpreendido com a extensão da Medida Provisória da desoneração dos combustíveis, tida como uma vitória da ala política ante o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Há incômodo ainda com o que será da política de preços da Petrobras e como se desenrolará o debate sobre o novo arcabouço fiscal a substituir o teto de gastos.

O mercado observou a proposta da equipe de Haddad, mas elas pouco fizeram preço. Mais para o fim da tarde, contudo, falas do secretário-executivo da pasta, Gabriel Galípolo, foram esmiuçadas. Ele disse que não acha factível uma regra fiscal que limite o crescimento de gastos por meio de gatilhos automáticos, como do nível da dívida pública, algo defendido pelo ex-ministro da Economia Paulo Guedes. E nem mesmo a ponderação dele de que é preciso harmonia entre a política monetária e fiscal conseguiu trazer alívio. Há, entre os agentes, a percepção de enfraquecimento do time da Fazenda depois da MP dos combustíveis.

Mais apreensão ainda foram as falas do ministro da Previdência, Carlos Lupi, que prometeu discutir uma "antirreforma da Previdência" a partir de uma comissão para rever as mudanças feitas durante o governo Jair Bolsonaro. Ele negou ainda que houvesse déficit na Previdência.

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