A indústria da transformação teve avanços no faturamento real e número de horas trabalhadas na produção em março, em linha com o aumento da utilização da capacidade instalada, mostrou a pesquisa Indicadores Industriais, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta segunda-feira, 8.
O levantamento mostra uma melhora nos indicadores do setor, após a perda de ritmo de crescimento da atividade industrial ao longo do segundo semestre de 2022 e no primeiro bimestre deste ano.
O emprego no setor permaneceu estável e a massa salarial e rendimento médio avançaram, recuperando perdas sofridas em meses anteriores. "No entanto, vale destacar que as preocupações relativas à demanda enfraquecida e aos efeitos restritivos da política monetária permanecem e, portanto, é cedo para avaliar se o comportamento positivo de março representa um mês de avanço pontual ou se pode ser o início de uma recuperação efetivamente", alerta a entidade.
Em março, o faturamento real da indústria avançou 1,4% na comparação com fevereiro, na série livre de efeitos sazonais. De acordo com a CNI, o faturamento estava em trajetória de desaceleração e chegou a registrar recuos em setembro e outubro de 2022. A alta de março veio após três meses de "relativa estabilidade". Na comparação com março do ano passado, o faturamento real cresceu 2,1%.
As horas trabalhadas na produção avançaram 1% em março ante fevereiro, na série livre de efeitos sazonais. "Nos últimos seis meses, o indicador registrou uma alternância de avanços e recuos em torno de um mesmo patamar, com variação de apenas -0,1% em relação ao nível registrado em setembro de 2022", apontou a CNI. Na comparação com março de 2022, a alta foi de 0,6%.
O emprego industrial registrou estabilidade na comparação de março e fevereiro. Já em relação a março de 2022, houve alta de 1%.
Os salários registraram avanços em março. A massa salarial real dos trabalhadores da indústria avançou 0,4% em março ante fevereiro, na série livre de efeitos sazonais. "O avanço do mês permitiu a recuperação de parte das perdas sofridas em fevereiro, quando o indicador caiu 0,8%", explica a entidade. Na comparação com março de 2022, o avanço no indicador é de 4,4%.
Após três quedas consecutivas, o rendimento médio real cresceu 0,6% na comparação com fevereiro, na série dessazonalizada. Na comparação com março de 2022, o crescimento do rendimento médio real foi de 3,3%.
A utilização da capacidade instalada (UCI), por sua vez, avançou 0,3 ponto porcentual em março ante fevereiro deste ano. "Apesar da alta, a UCI segue uma trajetória de queda gradual que se iniciou ainda em 2021 e durou por todo o ano de 2022", aponta a CNI. Na comparação com fevereiro de 2022, o recuo é de 2,4 pontos porcentuais.
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