O pessimismo em relação ao mercado de ações tem tomado conta das famílias chinesas, em meio à perda conjunta de US$ 6 trilhões registrada pelas bolsas da China e de Hong Kong desde o pico mais recente, há três anos. Segundo especialistas e investidores, as tentativas do governo para evitar as perdas do mercado chinês, como a restrição a operações de venda a descoberto, pouco têm feito para conter a tendência negativa.
O sentimento no país - entre investidores, empresas estrangeiras e consumidores - foi destruído pela onda devastadora de cautela e pessimismo após décadas de rápido crescimento na segunda maior economia do mundo.
Uma grande proporção de pessoas físicas chinesas investe diretamente nos seus mercados acionários em comparação com o Ocidente, onde dominam os investidores institucionais profissionais. Com isso, há muita exposição direta de cidadãos comuns com pouco conhecimento dos caprichos do mercado.
"Os investidores familiares são a espinha dorsal das negociações no mercado doméstico de ações da China, portanto o péssimo desempenho dos últimos dois anos provavelmente está empurrando os volumes de negociação para níveis muito baixos", disse Doug Young, diretor da Bamboo Works, empresa com sede em Hong Kong que analisa empresas chinesas listadas.
O declínio das bolsas chinesas está ligado à desaceleração geral da economia e à ausência de recuperação desde a pandemia. Esse cenário, por sua vez, está atrelado à crise no problemático setor imobiliário local, que representa pelo menos um quarto da economia da China e é o principal lugar onde os chineses médios investem as suas poupanças.
No ano passado, a Bolsa de Hong Kong registrou o pior desempenho entre os grandes mercados de ações do mundo.
"Provavelmente estamos vendo muitos desses investidores de varejo colocarem suas escassas poupanças em contas bancárias, já que não há nenhum outro lugar seguro para investir seu dinheiro neste momento, considerando o terrível mercado imobiliário", afirmou Young, da Bamboo Works. (Fonte:Dow Jones Newswires)
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