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Exterior, político e atividade fraca no Brasil jogam Ibovespa para o negativo

Depois de rápida tentativa de subir para dar sequência à alta de 0,59%, aos 122.515,74 pontos, da véspera, o Ibovespa sucumbe à queda forte na manhã desta terça-feira, 3, em meio a preocupações internas e também externas. Antes mesmo de Nova York abrir em

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 03.08.2021, 11:42:00 Editado em 03.08.2021, 11:48:24
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Depois de rápida tentativa de subir para dar sequência à alta de 0,59%, aos 122.515,74 pontos, da véspera, o Ibovespa sucumbe à queda forte na manhã desta terça-feira, 3, em meio a preocupações internas e também externas. Antes mesmo de Nova York abrir em alta, o índice Bovespa já cedia, diante de preocupações com ruídos políticos e fiscais. Lá fora, há temores de investidores com o teto da dívida dos EUA, cuja suspensão expirou, e ainda em relação à possibilidade de alta dos juros americanos já em 2022. Além disso, novas medidas restritivas da China geram incertezas, especialmente para países emergentes. Com isso, as bolsas americanas migraram para o negativo.

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No Brasil, tensões políticas foram renovadas, após a instauração de inquérito administrativo pelo TSE e o envio de notícia-crime ao STF contra o presidente Jair Bolsonaro pelas declarações infundadas de fraude no sistema eleitoral e ameaça à realização das eleições.

Dúvidas fiscais no Brasil também incomodam os investidores, diante da expectativa de que o governo envie ao Congresso ainda nesta semana a MP que reestrutura o Bolsa Família, com o valor podendo subir a R$ 400. As incertezas ainda em relação aos precatórios continuam. Segundo o ministro da Economia, Paulo Guedes, mesmo com provisão conservadora, "estimamos que precatórios chegariam a R$ 57 bilhões". Porém, disse que não será necessário mexer no teto de gastos.

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De acordo com o economista Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria, investidores temem o afrouxamento de regras fiscais para acomodar maiores gastos no ano de eleições. "No front político, decisão do TSE de abrir investigação contra o presidente Bolsonaro alimenta o quadro de permanente cautela", afirma em nota o economista.

"O temor de rompimento do teto de gastos, essa questão institucional, com o Bolsonaro falando que se não tiver voto impresso, a eleição de 2022 será uma fraude, o risco político, tudo incomoda, afasta o investidor, principalmente o estrangeiro, que tende a não se sentir atraído nem mesmo com a expectativa de alta da Selic em um ponto amanhã pelo Copom", avalia Fabio Fernandes, sócio-fundador da Delta Flow Investimentos, escritório plugado ao BTG Pactual.

Nem mesmo a alta superior a 2% nas ações da Vale, em reação à elevação do minério de ferro no mercado futuro chinês, impede o Ibovespa de cair. Já o declínio superior a 1% do petróleo no exterior pesa sobre os papéis da Petrobras, que cedem mais de 1%.

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Além disso, as palavras ditas hoje pelo presidente da Câmara, Arthur Lira, não aliviam. Ele disse esperar votar a reforma administrativa na Casa até o fim de agosto. "Com a aproximação do calendário eleitoral, temos obrigação de entregar matérias estruturantes até novembro."

Em meio ao impasse em relação aos precatórios, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que a equipe econômica está discutindo com Congresso e a Justiça um indicador de correção dos precatórios. Guedes disse que o Estado brasileiro não tem capacidade para o pagamento dos precatórios, valores devidos a empresas e pessoas físicas após sentença definitiva na Justiça, programados para 2022. Mas, segundo ele, propor o parcelamento de parte dessas dívidas em até dez anos não é um calote. "Devo, não nego; pagarei assim que puder", afirmou.

"Aversão ao risco aumenta entre os investidores locais, com cenário político e econômico cada dia mais complicado", cita Regis Chinchila, da Terra Investimentos. Segundo ele, o TSE e STF subindo o "tom" contra movimentos políticos do presidente Jair Bolsonaro também pesam.

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Depois de subir forte, Itaú Unibanco passou a ceder, levando junto ações do setor na Bolsa. O banco informou aumento em seu lucro de 55,6% no segundo trimestre para R$ 6,54 Bilhões. O dado veio dentro do esperado. Apesar de demonstrar otimismo maior com 2021 em meio à reabertura da economia e a vacinação, o Itaú preferiu manter as projeções já divulgadas ao mercado, reforçando que, apesar da consolidação do movimento de recuperação, o ambiente e a concorrência são desafios importantes.

Essa ponderação é vista com cautela por investidores, ainda que a expectativa de seja de alta de 69% no lucro do Bradesco, cujo resultado sai após o fechamento da B3, que terá ainda o balanço da XP.

Às 11h35 desta terça, o Ibovespa cedia 1,26%, aos 120.974,29 pontos, ante mínima intradia aos 120.807,02 pontos. Na máxima diária, foi aos 122.915,39 pontos.

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