O Ibovespa sobe acima dos 109 mil pontos nesta quarta-feira, 17, seguindo a valorização das bolsas do ocidente e das commodities. O minério de ferro subiu 2,96% em Dalian, na China, enquanto o petróleo avança em torno de 1,00%.
Ao mesmo tempo, há expectativa positiva em relação ao arcabouço fiscal. O governo espera votar nesta quarta a urgência do marco fiscal e o mérito, na próxima semana.
A mudança na política de preços dos combustíveis pela Petrobras ainda segue no radar dos investidores. "São incertezas que saem da frente", afirma Enrico Cozzolino, head de análise e sócio da Levante Investimentos.
Na avaliação de Rodrigo Jolig, Alphatree Capital Rodrigo Jolig, copresidente e diretor de investimentos da Alphatree Capital, o movimento do Ibovespa é um pouco de realização, após o recuo da véspera. "O Ibovespa segue bem comportado. As bolsas americanas estão meio de lado. O mercado tinha uma expectativa de que o Banco Central daqui começaria a cortar juros e parece que isso não acontecerá tão cedo. Até mesmo nos Estados Unidos, com preocupações com o sistema financeiro e o teto da dívida, acho que a queda dos juros não deve se materializar. Ou seja, os juros devem ficar mantidos aqui e nos EUA", avalia.
A alta das bolsas em Nova York é moderada, em dia de agenda esvaziada nos EUA. Os investidores seguem em compasso de espera, diante da indefinição de um acordo sobre o teto da dívida federal dos EUA. Além disso, o vencimento de opções sobre o Índice Bovespa pode gerar alguma instabilidade ao longo do pregão e dar um estímulo adicional ao volume financeiro.
Na terça, o Ibovespa interrompeu uma série de oito sessões seguidas de valorização, chegando até tocar o nível dos 110 mil pontos, quando fechou em baixa de 0,77%, aos 108.193,68 pontos. Após romper a barreira dos 108.300 pontos, o próximo passo é buscar os 114 mil pontos, afirma Cozzolino, da Levante, especialista de análise técnica.
"Ainda é uma Bolsa barata, mas com melhora do local visão do investidor local, e pode buscar os 114 mil pontos", diz, completando que, para isso, é importante uma conclusão favorável do arcabouço fiscal, do teto da dívida americana e um quadro sem grandes novidades desfavoráveis envolvendo a Petrobrás.
Na terça, na contramão do Índice Bovespa, as ações da Petrobras fecharam com ganhos acima de 2,00%, diante da avaliação de que o anúncio de alteração no modelo dos preços dos combustíveis com o fim da política de paridade de importação (PPI) não trouxe grandes modificações. A empresa ainda anunciou redução nos preços da gasolina, do diesel e do gás de cozinha. Nesta quarta, Petrobras PN cedia 0,99% e ON caía 0,10% perto de 11 horas, depois de recentes valorizações.
Segundo avaliam em nota Júlia Aquino e Rachel Sá, da Rico Investimentos, a modificação na política trará poucos impactos práticos para o preço dos combustíveis no País. Além disso, acrescentam que "a saúde financeira da companhia seguirá sendo prioridade enquanto o Estatuto Social da Petrobras seguir inalterado, afastando (pelo menos por enquanto) cenários em que a empresa incorra prejuízos crescentes por manter os preços domésticos artificialmente baixos - importando combustível por preços mais altos do que o definido no país, por longos períodos".
Outro ponto que alivia na B3 é o crescimento acima do esperado nas vendas do varejo de março, o que ajuda na recuperação parcial de recentes quedas de alguns papéis do setor no Ibovespa. Ainda que os números sujiram uma atividade crescendo de forma moderada, há melhores perspectivas à frente, observa Cozzolino, da Levante. Isso, acrescenta, em um quadro de inflação que não deve "descambar".
Às 11h15, o Ibovespa subia 0,91%, aos 109.151,31 pontos, ante máxima aos 109.773,75 pontos, em alta de 1,46%, ante abertura aos 108.194,11 pontos. Petrobras cedia 0,95% (PN) e -0,07% (ON). Vale ON subia 2,79%.
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