O Banco Central (BC) informou ontem que Nilton David, chefe de Operações da Tesouraria do Bradesco, foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a diretoria de Política Monetária do BC. Ele substituirá Gabriel Galípolo, que deixará a vaga para presidir a autarquia a partir de 2025. A mensagem será encaminhada ao Senado na próxima semana, segundo nota da autoridade monetária.
Também foram escolhidos Gilneu Vivan (hoje chefe do departamento de Regulação do Sistema Financeiro do BC), para a Diretoria de Regulação, em substituição a Otávio Damaso, e Izabela Correa (atual secretária na Controladoria-Geral da União), para a Diretoria de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta, hoje ocupada por Carolina Barros.
Caso os três indicados sejam aprovados, a diretoria do BC terá sete dos nove nomes escolhidos por Lula. Paulo Picchetti, Rodrigo Alves, Galípolo e Ailton Santos foram nomeados na gestão atual.
Economistas do mercado financeiro ouvidos pelo Estadão/Broadcast elogiaram as escolhas. Economista da consultoria A.C. Pastore & Associados e ex-diretor do BC, Alexandre Schwartsman avalia que a indicação de um nome do mercado para a diretoria de Política Monetária da autarquia é positiva. Ressaltando que não conhece bem o nome do indicado, Nilton David, o ex-BC afirma que a experiência dele pode ajudar a autoridade monetária a partir do ano que vem.
O diretor da consultoria Eurasia Group, Silvio Cascione, afirma que os nomes indicados "estão dentro do perfil esperado, buscando reforçar que o BC vai continuar com autonomia". Cascione afirmou que o BC, assim, segue mesclando perfil de profissionais de carreira e oriundos do setor privado, "sem vinculação política".
A indicação de Nilton David recebeu elogios também de Fernando Honorato Barbosa, economista-chefe do Bradesco, que para muitos no mercado era tido como um dos cotados para ocupar a cadeira de Galípolo. "Não haveria nome melhor para estar nessa cadeira."
A Associação Nacional dos Analistas do Banco Central (ANBCB) afirmou, por meio de nota, que a indicação de três novos diretores é importante pelo apoio à PEC 65, de autonomia financeira e orçamentária para o BC, e pela representatividade feminina. (COLABORARAM CAROLINE ARAGAKI, CÉLIA FROUFE, FRANCISCO CARLOS DE ASSIS e KARLA SPOTORNO)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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