Mesmo depois de escalar a sua greve contra os fabricantes de automóveis de Detroit na sexta-feira, 22, o sindicato United Auto Workers (UAW) ainda tem como expandir sua influência para que as empresas concordem com aumentos significativos nos salários e benefícios.
Até agora, apenas cerca de 12% dos membros do sindicato participaram da paralisação. O UAW pode, se quiser, expandir o número de grevistas para protestar em fábricas de montagem e instalações de peças da General Motors (GM), da Ford e da Stellantis, proprietária das marcas Jeep e Ram.
Ao expandir a greve, na sexta, de três grandes fábricas de montagem de automóveis para todos os 38 centros de distribuição de peças da GM e da Ford, o UAW corre o risco de irritar também pessoas que podem ficar impossibilitadas de consertar seus veículos em centros de serviço que carecem de peças.
O pensamento do sindicato parece ser que, ao atacar tanto a produção de veículos como as instalações de peças, forçará os fabricantes de automóveis a negociar um fim relativamente rápido para a greve, agora na sua segunda semana. Contudo, alguns analistas acreditam que, para conseguir aprovar suas demandas, o sindicato pode ter de agir de forma ainda mais agressiva.
"Acreditamos que o próximo passo para o UAW é uma opção que atinja mais o núcleo - realizar um ataque muito mais generalizado às principais fábricas em Detroit e arredores", disse Daniel Ives, analista da Wedbush Securities. "Isso seria como um torpedo."
Todas as três empresas disseram que as negociações com o sindicato continuaram no sábado, embora as autoridades tenham dito que não esperam grandes anúncios.
A greve teve início há duas semanas, com ataques a três fábricas de montagem - uma da GM, uma da Ford e uma da Stellantis. Ao expandir a greve na sexta-feira, o UAW atingiu apenas os centros de distribuição de peças da GM e da Stellantis. A Ford foi poupada das últimas paralisações devido ao progresso que a empresa fez nas negociações com o sindicato, disse o presidente do UAW, Shawn Fain.
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