O Ibovespa cede na manhã desta terça-feira, 12, refletindo em parte o tom negativo em Nova York, após altas recentes das bolsas, e na Europa, em dia de agenda esvaziada no exterior. A queda ainda é motivada pela espera da conclusão do pacote de corte de gastos pelo governo federal.
"O velho tema fiscal deixa os mercados lateralizados", pontua Pedro Caldeira, sócio da One Investimentos. O profissional ressalta que semana passada, houve sinais importantes como a eleição a presidente nos Estados Unidos e alguns balanços. "Ainda assim, o que movimenta é o fiscal. Falta fluxo até mesmo para empresas que divulgaram resultados trimestrais, e não houve mudança estrutural após anúncio de medidas na China", completa Caldeira.
Ainda ficam no foco a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que, por ora, reforça a projeção de que a Selic ficará elevada por algum tempo, dada a desancoragem das expectativas de inflação e incertezas fiscais.
"A Ata veio com um tom bem hawkish, não muito diferente do comunicado do Copom na semana passada pós-anúncio da Selic. Apontou, principalmente, questões fiscais e pressões adicionais à inflação e que o BC vai ficar atento ao comportamento dessas variáveis", avalia diz Marcelo Vieira, head da mesa de renda variável da Ville Capital. Além disso, hoje foram divulgadas as vendas no varejo de setembro, que vieram próximas do piso das estimativas.
Nesta manhã, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participa de reuniões com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros da área social, para definir a forma de encaminhamento do pacote de aperto fiscal ao Congresso. Contudo, o anúncio pode ficar para depois do G20, marcado para os dias 18 e 19, no Rio de Janeiro.
"O envio das propostas para o Congresso ocorrerá após a reunião do G20. Adequação da correção do salário-mínimo às regras de crescimento do Arcabouço Fiscal (inflação + 2,5% ao ano) foi descartada. Ativos locais devem ter fraco desempenho por conta do ambiente externo desfavorável", pontua em relatório a MCM Consultores.
A despeito da elevação de 0,26% do minério de ferro em Dalian, as ações da Vale caem. Ontem, a mineradora reiterou a sua exposição aos riscos de mercado, dentre eles os que estão relacionados à volatilidade dos preços dos seus produtos e notadamente do minério de ferro que compôs, nos primeiros nove meses de 2024, aproximadamente 83% da receita líquida de vendas da companhia.
Já o petróleo avança e estimula moderadamente os papéis da Petrobras. Ao mesmo tempo, os investidores avaliam os balanços de empresas como a Localiza, Sabesp, Itaúsa e o BTG Pactual. Após o fechamento do mercado, CSN, CSN Mineração, IRB, Banrisul, CVC, Eneva, Hapvida, Raízen e SLC Agrícola estão entre as companhias que divulgam seus resultados referentes ao terceiro trimestre.
Ontem, o Ibovespa fechou em alta de 0,03%, aos 127.873,70 pontos.
Às 11h17 desta terça, o Índice Bovespa cedia 0,25%, aos 127.549,56 pontos, ante recuo de 0,36%, na mínima aos 127.411,09 pontos. Na máxima, subiu 0,26% e foi aos 128.209,92 pontos.
Petrobras tinha elevação de 0,41% (PN) e 0,38% (ON). Vale cedia 1,19%, contaminando os demais papéis do setor de metais.
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