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Em recuperação judicial, Ricardo Eletro tenta sair do 'fundo do poço'

Quem acessa o site da Ricardo Eletro procurando por promoções de televisores a máquinas de lavar pode ficar frustrado. Isso porque no site daquela que já foi a segunda maior varejista de eletrônicos do Brasil existem apenas alguns itens aleatórios à venda

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 24.04.2022, 08:15:00 Editado em 24.04.2022, 08:20:49
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Quem acessa o site da Ricardo Eletro procurando por promoções de televisores a máquinas de lavar pode ficar frustrado. Isso porque no site daquela que já foi a segunda maior varejista de eletrônicos do Brasil existem apenas alguns itens aleatórios à venda, como coleira antilatido, colchonetes para exercícios e um repelente eletrônico.

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Segundo o presidente da companhia, Pedro Bianchi, essa complicada realidade está prestes a mudar. Já no próximo mês, a varejista - que é uma marca da Máquina de Vendas - irá retomar a comercialização dos mais variados itens e de diversas marcas por meio de seu marketplace, com uma marca totalmente reformulada. E, futuramente, voltará a operação própria.

"A empresa chegou ao fundo do poço, mas agora estamos apostando em uma reformulação total e uma pegada mais digital, porém sem megalomania", afirma Bianchi.

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Para entender a atual situação da companhia é preciso voltar um pouco no tempo. Após uma consolidação em série de varejistas regionais no começo da década passada feita pela Ricardo Eletro, cujo dono era o empresário Ricardo Nunes, surgiu a Máquina de Vendas.

Além da marca principal, o grupo tinha outras, como a Insinuante, Salfer, City Lar e Eletroshopping. O faturamento chegou a R$ 9,5 bilhões em 2014, com 1,2 mil lojas.

Porém, com dificuldades de absorver as empresas adquiridas e uma operação digital bem abaixo da concorrência, tudo começou a desandar.

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Em 2018, veio a recuperação extrajudicial - graças aos bilhões em dívidas com bancos e fornecedores - e a promessa de que as coisas iriam mudar. Foi nessa época que Bianchi, então sócio do fundo Starboard, entrou no comando da empresa.

A pandemia complicou o cenário da já combalida Máquina de Vendas, que decidiu fechar todas as lojas. Resultado: a receita da empresa foi minguando, de R$ 180 milhões mensais em 2019 para praticamente zero.

Para completar, por dívidas tributárias, Ricardo Nunes foi preso em 2020, acusado de sonegação, mas ficou só um dia na cadeia.

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Bianchi comprou a participação de Nunes e o antigo dono partiu para a vida de coach.

Durante a pandemia, Bianchi decidiu largar o seu cargo na Starboard para focar totalmente na Máquina de Vendas. Com isso, a sua principal missão foi renegociar todas as dívidas da companhia, que chegam a R$ 4 bilhões, além de mais R$ 1 bilhão em atrasos tributários.

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O resultado disso tudo foi que a empresa precisou entrar em recuperação judicial.

Presente

Enquanto isso era feito, a empresa se readequou à nova realidade. O número de funcionários - que chegou a ser de 28 mil - está em 40, com a maioria trabalhando de casa e alguns no modelo híbrido, em uma pequena sede em Contagem (MG).

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O sistema do e-commerce, que era próprio, foi trocado pelo da VTEX.

Com o site novo, Bianchi aposta na atração de vendedores cobrando comissões menores nas vendas em comparação às suas rivais para fazer frente nesse novo momento.

Com essa estratégia, Bianchi estima que a Máquina de Vendas volte a ter vendas brutas de R$ 120 milhões mensais até o fim do ano.

O retorno das lojas físicas está previsto para 2023, começando por São Paulo e Minas Gerais.

"Apesar de nunca termos tido lojas em São Paulo, é o mercado que mais compra do nosso e-commerce. E também estamos estudando voltar com algumas marcas, pois há muitos consumidores pedindo a volta de lojas como a Salfer e a Insinuante", diz o presidente. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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