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Em pregão morno, dólar sobe 0,22% com ajustes e fecha a R$ 5,0823

O dólar à vista encerrou a sessão desta terça-feira, 4, cotado a R$ 5,0823, em alta de 0,22%, em dia negativo para a maioria das divisas emergentes e de países exportadores de commodities. Operadores atribuem o escorregão do real a um ajuste natural, com

Antonio Perez (via Agência Estado)

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Escrito por Antonio Perez (via Agência Estado)
Publicado em 04.04.2023, 18:13:00 Editado em 04.04.2023, 18:20:08
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O dólar à vista encerrou a sessão desta terça-feira, 4, cotado a R$ 5,0823, em alta de 0,22%, em dia negativo para a maioria das divisas emergentes e de países exportadores de commodities. Operadores atribuem o escorregão do real a um ajuste natural, com realização de lucros e retomada parcial de posições defensivas, dado que a moeda americana caiu em seis dos últimos sete pregões, período em que acumulou desvalorização de 4,14%.

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Com o adiamento do envio do texto do novo arcabouço fiscal ao Congresso para próxima semana e a expectativa pela bateria de indicadores relevantes nos Estados Unidos nos próximos dias, cujo ápice será o relatório de emprego (payroll) de março na sexta-feira, 7, investidores não se animaram a assumir apostas mais contundentes. Tirando uma queda na primeira hora do pregão, quando registrou mínima a R$ 5,0522 (-0,37%), o dólar operou em alta moderada ao longo do restante do dia, com máxima a R$ 5,0998 (+0,57%) no início da tarde.

"O clima é de compasso de espera. A agenda interna esta esvaziada, uma vez que o texto do arcabouço só deve ser enviado ao Congresso na semana que vem", afirma a economista-chefe da B. Side Investimentos, Helena Veronese, para quem os impactos da apresentação dos principais parâmetros da nova regra fiscal já estão refletidos nos preços dos ativos. "A expectativa é pelo payroll de sexta-feira e pelo CPI (índice de preços ao consumidor) no EUA na semana que vem, que serão decisivos para balizar a próxima decisão do Federal Reserve". Como os mercados locais estarão fechados na sexta-feira, em razão do feriado da Sexta-feira Santa, os impactos do payroll nos ativos domésticos ocorrerão apenas na segunda-feira, 10.

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Termômetro do comportamento do dólar frente a uma cesta de divisas fortes, o índice DXY recuou hoje, operando ao redor do 101,593 pontos. Segundo o relatório Jolts do Departamento de Trabalho dos EUA, a abertura de vagas no país caiu de 10,563 milhões em janeiro (dado revisado hoje, de 10,8 milhões antes informado) a 9,931 milhões no mês de fevereiro. As taxas dos Treasuries recuaram, com a T-note de 2 anos voltando a ficar abaixo da linha de 4%. Já as cotações do petróleo, que subiram mais de 6% ontem com anúncio de corte de produção pela Opep+, ficaram perto do zero a zero hoje.

Veronese vê perspectiva de dólar fraco no curto prazo aqui e lá fora. Após a crise dos bancos regionais americanos e do aperto das condições de crédito, afastou-se o cenário de taxa de juros terminal nos EUA entre 5,5% e 6%. "O Fed deve optar por uma pausa ou uma alta final de 25 pontos-base. Com a China se recuperando e a nossa taxa de juros ainda alta, mesmo que haja ambiente para corte no segundo semestre, a perspectiva é de dólar fraco", afirma a economista, que compartilha visão de uma ala considerável de economistas que vê a regra fiscal baseada em aumento das receitas e com metas de superávit primário otimistas. "Mas, em todo caso, temos uma regra fiscal, um plano, o que trouxe algum alívio ao mercado".

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou à tarde que o arcabouço fiscal é a "bala de bronze" do governo para garantir a estabilidade da dívida pública e criar um ambiente para redução da taxa básica de juros. Mas a "verdadeira bala de prata" para a retomada do crescimento econômico é a reforma tributária. Segundo a ministra, é possível reduzir o déficit público pela metade neste ano.

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