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Em dia de agenda forte, Ibovespa sobe 1,46%, aos 118,3 mil pontos

Após três sessões em moderada correção, o Ibovespa retomou trajetória positiva nesta penúltima sessão do mês, em que fechou em alta de 1,46%, aos 118.382,65 pontos, bem mais perto da máxima (118.622,75, do fim da tarde) do que da mínima do dia (116.682,51

Luís Eduardo Leal e Julia Pestana (via Agência Estado)

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Escrito por Luís Eduardo Leal e Julia Pestana (via Agência Estado)
Publicado em 29.06.2023, 18:17:00 Editado em 29.06.2023, 18:22:45
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Após três sessões em moderada correção, o Ibovespa retomou trajetória positiva nesta penúltima sessão do mês, em que fechou em alta de 1,46%, aos 118.382,65 pontos, bem mais perto da máxima (118.622,75, do fim da tarde) do que da mínima do dia (116.682,51). Em dia de agenda carregada, um dos destaques foi a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), que estabeleceu a meta de inflação de 2026.

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Em junho, o índice da B3 volta a mostrar ganho na casa de 9%, a 9,27%, perto de superar o desempenho de dezembro de 2020 (+9,30%), então aos 119 mil no encerramento daquele ano - se sustentar avanço adicional amanhã, será o melhor mês para o Ibovespa desde novembro de 2020 (+15,90%).

O giro financeiro desta quinta-feira foi a R$ 24,3 bilhões. Na semana, o Ibovespa ainda mostra perda de 0,50% - no ano, sobe 7,88%.

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O dia foi amplamente positivo para as ações de maior peso no índice, como Vale (ON +1,22%), Petrobras (ON +1,10%, PN +0,45%) e grandes bancos, como Bradesco (ON +1,26%), Itaú (PN +1,21%) e Santander (Unit +1,56%). Na ponta do Ibovespa, Pão de Açúcar (+13,00%), após receber proposta de US$ 836 milhões (cerca de R$ 4 bilhões) pela participação da empresa no Grupo Éxito, à frente de Yduqs (+10,08%) e JBS (+6,67%) na sessão. No canto oposto, apenas seis papéis da carteira do índice tinham sinal negativo no fechamento: 3R Petroleum (-1,04%), Klabin (-0,64%), Taesa (-0,30%), Carrefour Brasil (-0,27%), Suzano (-0,27%) e Azul (-0,05%).

Em Nova York, os principais índices acionários encerraram a sessão com variações contidas, entre 0,00% (Nasdaq) e +0,80% (Dow Jones). "Os dados americanos do dia - como o PIB (final) dos Estados Unidos para o primeiro trimestre, acima do esperado, e o índice PCE para a inflação ao consumidor, com o índice cheio e o núcleo ainda em patamares altos - mostram a resiliência da economia de lá, ainda muito forte. As leituras resultaram em aumento dos rendimentos dos Treasuries, refletindo expectativa por aumento de juros no país", diz Guilherme Paulo, operador de renda variável da Manchester Investimentos.

"Mercado precificando agora 90% de chance de um aumento de 0,25 ponto porcentual na taxa de referência do Federal Reserve na próxima reunião, em momento no qual as autoridades monetárias, no mundo, começam a mostrar alguma divergência com relação ao grau de ajuste já promovido nas políticas monetárias, o que é um fator de atenção bastante importante para o mercado, ante essa incerteza", acrescenta.

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Contudo, "o fluxo de notícias corporativo favorável à recente redução das apostas em uma maior desaceleração global - a despeito do cenário contemplar juros altos por mais tempo - sustenta os ganhos das bolsas de EUA e Europa no mês", observa em nota a Guide Investimentos.

Por aqui, destaque nesta quinta-feira para a leitura sobre o IGP-M, em deflação de 1,93% em junho - vindo já de retração de 1,84% em maio -, o que contribui para reforçar a perspectiva favorável quanto ao IPCA, a métrica oficial de inflação para o Banco Central - e em dia no qual o Caged trouxe geração menor de vagas de trabalho, o que de certa forma traz alívio em momento no qual as atenções do mercado estão voltadas ao 'timing' para corte da Selic, aponta o operador da Manchester. Em 12 meses, o IGP-M cai 6,86% e, em 2023, cede 4,46%.

Em entrevista coletiva após a divulgação do relatório trimestral de inflação, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse hoje que a autoridade monetária também "quer baixar os juros", assim como vem pedindo o governo e o setor produtivo, mas que não pode fazer nada que desestruture o processo econômico no futuro.

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Ele disse também que o BC está "otimista" com o cenário para a inflação e as expectativas para os preços. "As expectativas estão em caminho positivo. Estamos otimistas. Já venho falando há uns meses que a inflação tem ido para baixo e o crescimento, para cima", acrescentou o presidente do BC.

"A entrevista do Campos Neto, hoje, contribuiu para animar a Bolsa ao mencionar otimismo, citando dados de PIB, inflação e mercado de trabalho. Reduziu também os ruídos que emergiram após a divergência de tom entre o comunicado da semana passada, após a decisão do Copom sobre a Selic, e a ata da reunião, divulgada anteontem", observa Guilherme Paulo.

Outro ponto de destaque na agenda desta quinta-feira, o Conselho Monetário Nacional (CMN) anunciou no fim da tarde, nos ajustes finais do Ibovespa - que até então mostrava alta de 1,58%, e teve leve oscilação, enquanto o índice futuro acentuava ganho a 1,65% -, a decisão sobre a meta de inflação de 2026, mantida a 3% (com 1,5 ponto porcentual de intervalo).

A deliberação era aguardada com muita expectativa no mercado, e veio também a confirmação, conforme se esperava, de que a meta passará a ser contínua, e não mais vinculada a ano-calendário. A mudança passa a valer em 2025 - quando terá expirado o mandato do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto.

Antes da decisão, em entrevista ao colunista Fernando Dantas, do Broadcast, o economista Sergio Werlang, ex-diretor do Banco Central e que participou diretamente da implementação do sistema de metas de inflação no Brasil, disse considerar que uma meta de 4-4,5% seria melhor para o País do que 3%, por causa da rigidez orçamentária brasileira.

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