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Efeitos sobre macroeconomia de tragédia no RS persistirão por bastante tempo, diz diretor do BC

O diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos do Banco Central (BC), Paulo Picchetti, disse nesta segunda-feira, 2, que a alta de preços, principalmente de produtos agrícolas, decorrente da tragédia climática no Rio Grande do Sul

Eduardo Laguna (via Agência Estado)

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Escrito por Eduardo Laguna (via Agência Estado)
Publicado em 02.09.2024, 15:15:00 Editado em 02.09.2024, 15:21:00
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O diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos do Banco Central (BC), Paulo Picchetti, disse nesta segunda-feira, 2, que a alta de preços, principalmente de produtos agrícolas, decorrente da tragédia climática no Rio Grande do Sul já foi contida. Porém, ponderou, os efeitos sobre a macroeconomia das enchentes que atingiram diversas regiões do Estado vão persistir por bastante tempo.

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Durante live do BC, Picchetti observou que a reconstrução do capital e das forças produtivas destruídas pelas inundações representa um aumento de demanda em dimensão diferente da imaginada inicialmente, por ser puxada por investimentos, e não por consumo, como se previa.

O diretor do BC ressaltou que grande parte do esforço de reconstrução do Rio Grande do Sul vai envolver incentivos públicos, com impacto nas contas públicas primárias tanto do governo central quando do Estado. Esses estímulos, pontuou Picchetti, vão afetar a trajetória dos fundamentos macroeconômicos.

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As declarações foram dadas durante uma live promovida pelo BC para divulgar o relatório sobre as ações da autoridade monetária relacionadas à gestão de riscos sociais, ambientais e climáticos. Ao falar sobre como tragédias ambientais inesperadas afetam a política monetária, Picchetti observou que, na medida em que a oferta é comprometida por mudanças climáticas, os preços sobem, atingindo assim o mandato fundamental do BC.

O diretor lembrou que o Rio Grande do Sul é responsável por 70% da produção nacional de arroz, e 40% da produção de trigo, de modo que a tragédia climática impactou os preços desses produtos.

"Do ponto de vista clássico, choques de oferta não são combatidos pelo Banco Central. O Banco Central, nesses casos, tem que combater os efeitos secundários. Porém, o que está acontecendo na questão do clima é que os choques climáticos não são mais nem aleatórios nem temporários, são tendência que veio para ficar", afirmou Picchetti.

O diretor do BC ressaltou que a instituição tem agido proativamente frente às mudanças climáticas, o que inclui a supervisão e criação de instrumentos financeiros orientadas ao combate dos efeitos de eventos climáticos extremos, assim como à mitigação do aquecimento global.

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