O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, fez questão de destacar, nesta quarta-feira, 17, que a autoridade monetária fará "o que for necessário para ancorar a inflação". "É importante repetir", frisou, em evento promovido pela XP Investimentos, em Washington.
Segundo ele, o BC vê a inflação convergindo no Brasil. "O IPCA de março foi surpresa boa", disse, embora na inflação de serviços haja leve dissociação do necessário para convergência. "Pareça haver pressão marginal nos serviços intensivos em trabalho."
Campos Neto ressaltou ainda o papel que as expectativas de inflação exercem no plano de voo do BC. "São muito importantes para nós", disse.
Reprecificação dos mercados emergentes muito intensa
Durante a apresentação no evento promovido pela XP Investimentos, o presidente do Banco Central destacou o forte movimento de reprecificação de ativos pelo qual o mercado passou nos últimos dias, de forma "muito intensa" nos países emergentes.
De acordo com Campos Neto, o mercado reprecificou os próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e agora parece estar entre um e dois cortes de juros nos EUA. "Será 'data dependent'", previu.
Uma vez que há reprecificação, afirmou, fala-se "mais de dívida global" e a volatilidade deve crescer no curto prazo. "Se os juros estão altos nos Estados Unidos, por que há tanta liquidez?", questionou.
Na avaliação do presidente do Banco Central, se a dívida global eventualmente sugar liquidez, é algo a se observar, mas mesmo com os juros elevados nos Estados Unidos, as condições financeiras parecem acomodatícias.
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