O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, voltou a defender nesta terça-feira, 14, que a autonomia formal da instituição é muito importante assim como é importante garantir esse ganho. As afirmações foram feitas durante o evento CEO Conference do BTG Pactual, marcando mais uma vez posição ante as críticas do presidente Lula à autonomia conferida ao BC no governo anterior.
"É importante garantir esse ganho de autonomia do BC", disse ele, emendando que, em dezembro, o cenário-base do colegiado era de inflação na meta e corte de juro em junho.
A piora na expectativa, afirmou Campos Neto, foi basicamente por conta da abertura do prêmio de risco no mercado.
O presidente do Banco Central voltou a reiterar que lá atrás, quando os preços de energia começaram a subir, que já havia previsto que o processo de desinflação no mundo seria linear.
Á época, segundo ele, algumas pessoas não aceitaram muito bem este prognóstico. Agora, no entanto, segundo ele, o debate nos Estados Unidos é sobre o quanto precisa sacrificar a economia para a inflação voltar para 3%, 2%.
"Até agora a demanda por bens não voltou à linha de tendência", disse o banqueiro central.
Para ele, o fluxo para emergentes está grande e há uma enorme boa vontade para com o Brasil.
Campos Neto também disse que não é vantajoso derrubar juros e o investidor deixar de investir no País. Na avaliação dele, a precificação de juro terminal nos EUA em 5% em tempos normais desaceleraria o fluxo de recursos para os países de economia emergente.
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