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Dólar volta a subir mesmo com leilão do BC e juro maior

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Nem o choque de juros anunciado na véspera pelo Comitê de Política Monetária (Copom) nem a intervenção do Banco Central no mercado de câmbio foram capazes de conter nesta quinta-feira, 12, a valorização do dólar ante o real, com a moeda americana fechando em R$ 6, uma alta de 0,86%. Segundo analistas, pesaram mais sobre as cotações as incertezas fiscais e as dificuldades do governo em fazer avançar seu pacote de corte de gastos no Congresso.

Além da decisão de subir a Selic, na quarta-feira, 11, o Banco Central anunciou a realização de dois leilões de linha de até US$ 4 bilhões na manhã de ontem. Leilão de linha é o nome dado a uma operação conjugada de venda com compromisso de recompra de moeda estrangeira no mercado interbancário de câmbio. Na prática, o BC injeta dólares no mercado para tentar estabilizar a cotação.

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Vento mudou

O anúncio do leilão fez o dólar abrir o dia a R$ 5,89, o menor patamar deste mês. Nos primeiros minutos dos negócios, às 9h07, o dólar à vista chegou a cair 1,45% frente ao real, cotado a R$ 5,86. Mas no início da tarde, à medida que as notícias sobre as dificuldades do governo nas negociações com o Congresso em torno do pacote de gastos ganharam força, o vento mudou de direção.

A moeda americana começou a subir e chegou a ser cotada na máxima a R$ 6,048, mas acabou recuando um pouco para fechar o dia cotada a R$ 6.

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"As notícias de tramitação das medidas (do pacote de corte de gastos) não foram boas, com mudanças em projetos de lei que tiram potência e efetividade do pacote. E o prazo para a votação neste ano é muito apertado", comentou Luciano Costa, economista-chefe da Corretora Monte Bravo. "E mesmo que o governo consiga a aprovação, vai ter de adotar novas medidas mais à frente para cumprir as metas (previstas no arcabouço)."

Em tese, os juros mais altos tendem a favorecer o real em relação ao dólar, atraindo investidores a aplicar seus recursos em ativos em reais para ganhar com a diferença dos juros no seu país - operação conhecida como "carry trade". Mas isso não aconteceu.

"Deveríamos ter visto um movimento de apreciação do câmbio (valorização do real) com o BC reforçando a âncora monetária. Mas o quadro fiscal está tão fragilizado que não há espaço para os prêmios de risco cederem", acrescentou Costa, da Monte Bravo.

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Leilão de linha

Pela manhã, o Banco Central vendeu oferta integral de US$ 4 bilhões divididos em dois leilões de linha com compromisso de recompra. Segundo operadores, a operação buscou suprir demanda de moeda à vista típica desta época do ano, quando as linhas para financiamento de comércio escasseiam e há remessas de lucros e dividendos ao exterior.

Fatores técnicos ajudaram a pressionar a moeda

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A alta do dólar ontem foi motivada também por fatores técnicos, de acordo com operadores do mercado de câmbio. Além de ajustes e da realização de lucro, já que a moeda tinha caído 1,53% na véspera, houve também uma demanda mais forte por dólares por empresas importadoras. A sazonalidade de fluxo desfavorável de dólares nesta época do ano também contribuiu para pressionar as cotações para cima.

Para o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo, no entanto, o real pode voltar a se recuperar ante o dólar apesar dos problemas fiscais, embora fatores como os mencionados anteriormente possam manter a moeda americana pressionada no curto prazo. Por isso, pode levar algum tempo para as cotações do dólar ante o real se acomodarem.

"Devemos ver um alívio na taxa de câmbio com desmonte de posições compradas em dólar e fluxo de estrangeiro para aproveitar os juros mais altos nos próximos meses. O BC já sinalizou que a Selic vai pelo menos até 14,25%", diz Galhardo.

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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