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Dólar volta a cair com fluxo externo apesar de tarifas de Trump

O dólar experimentou queda moderada na sessão desta terça-feira, 11, apesar de o presidente dos EUA, Donald Trump, ter confirmando ontem à noite a imposição de tarifas de importação de 25% sobre alumínio e aço a partir de março. A moeda americana também

Antonio Perez (via Agência Estado)

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Escrito por Antonio Perez (via Agência Estado)
Publicado em 11.02.2025, 18:41:00 Editado em 11.02.2025, 18:49:19
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O dólar experimentou queda moderada na sessão desta terça-feira, 11, apesar de o presidente dos EUA, Donald Trump, ter confirmando ontem à noite a imposição de tarifas de importação de 25% sobre alumínio e aço a partir de março.

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A moeda americana também perdeu valor em relação a pares, em especial o euro, e na comparação com a maioria das divisas emergentes. Peso mexicano e o real se valorizaram a despeito de Brasil e México figurarem, ao lado do Canadá, no grupo dos três maiores exportadores de aço aos EUA.

A avaliação de que pode haver espaço para negociação em torno das tarifas, com eventual postergação do início da cobrança ou até adoção de regime de cotas, ajuda a explicar a manutenção do apetite pelo real e seus pares, segundo analistas.

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"O mercado se preparou para um cenário muito mais negativo em relação às tarifas no início do governo Trump. As medidas são menos fortes que o esperado e há um desmonte de posições em relação a isso", afirma o sócio-diretor da MAG Investimentos, Claudio Pires, ressaltando que o sentimento de alívio é global, como mostra a apreciação de outras divisas emergentes.

Tirando uma alta pontual na abertura dos negócios, o dólar operou em baixa ao longo do restante da sessão. Com mínima a R$ 5,7577, fechou em queda de 0,31%, cotado a R$ 5,7678. Depois de ter recuado 5,56% em janeiro, a divisa já acumula desvalorização de 1,18% em fevereiro e de 6,67% no ano.

Pires, da MAG Investimentos, observa que os investidores locais carregavam uma visão mais negativa em relação ao real neste início do ano, mas houve uma melhora do humor dos investidores estrangeiros que tem levado à queda do dólar e dos juros futuros, além de alta do Ibovespa.

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"Tínhamos uma visão não tão positiva para a moeda, com a expectativa de que, quando o dólar chegasse perto de R$ 5,90, haveria um fluxo forte de compra, mas isso não aconteceu", afirma Pires. "E mesmo com o dólar perto de R$ 5,78, continuamos vendo o gringo entrando. Talvez tenha espaço para melhorar mais."

Lá fora, o índice DXY - termômetro do comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes - passou o dia em baixa moderada, em razão sobretudo de valorização do euro, e operava pouco abaixo dos 108,000 pontos no fim da tarde, após mínima aos 107,782 pontos.

A perda de força do DXY se deu mesmo diante de leve redução das apostas em mais cortes de juros nos EUA neste ano, após o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, reiterar, em audiência no Senado americano, que não há pressa em ajustar a política monetária.

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Ferramenta de monitoramento do CME Group mostrou um aumento das chances de que o Fed promova apenas um adicional de 25 pontos-base da taxa básica em 2025. Investidores aguardam amanhã a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) em janeiro para calibrar suas apostas.

"A economia americana está forte e o payroll trouxe queda da taxa de desemprego. O Fed pode ser um pouco mais cauteloso. Nossa projeção é que talvez haja um janela para queda dos juros no terceiro trimestre", afirma o sócio-diretor da MAG Investimentos.

A combinação da perspectiva de manutenção ou leve corte de juros pelo Fed com a expectativa de que a taxa Selic atinja 15% leva a uma ampliação do diferencial de juros, o que tende a amparar a moeda brasileira. Operadores ressaltam que com as altas acumuladas da Selic tornaram muito custosa a manutenção de posições "compradas" na moeda americana.

A desaceleração do IPCA de 0,52% em dezembro para 0,16% em janeiro, em linha com a mediana de Projeções Broadcast, foi explicada basicamente pelos preços de energia elétrica, com o bônus de Itaipu. O índice cheio mascara uma dinâmica inflacionária ainda preocupante, com pressão de núcleos e serviços - o que leva o mercado a manter a aposta em Selic terminal acima de 15%.

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