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Dólar tem terceira queda seguida, amparado por menor incerteza fiscal

O dólar encerrou a sessão desta quinta-feira, 22, na terceira queda consecutiva em relação ao real na semana, cotado a R$ 5,1858 (-0,33%). Apesar do fortalecimento do índice DXY, que operou em torno dos 104,5 pontos ao longo do dia, a redução das incertez

Cícero Cotrim (via Agência Estado)

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Escrito por Cícero Cotrim (via Agência Estado)
Publicado em 22.12.2022, 18:51:00 Editado em 22.12.2022, 18:55:59
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O dólar encerrou a sessão desta quinta-feira, 22, na terceira queda consecutiva em relação ao real na semana, cotado a R$ 5,1858 (-0,33%). Apesar do fortalecimento do índice DXY, que operou em torno dos 104,5 pontos ao longo do dia, a redução das incertezas domésticas com o anúncio de nomes da equipe econômica do governo e a aprovação do Orçamento de 2023 beneficiaram a divisa brasileira ao longo do pregão.

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A moeda americana oscilou entre a mínima de R$ 5,1598 (-0,83%) e a máxima de R$ 5,2238 (0,40%), ambas alcançadas durante a manhã, com a leitura final do PIB do terceiro trimestre nos Estados Unidos, acima do esperado. A partir do meio-dia, após o anúncio dos novos ministros pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o dólar permaneceu em queda em relação ao real, cotado entre R$ 5,1626 (-0,78%) e R$ 5,1911 (-0,23%).

"O real tem funcionado descolado das moedas lá fora, em função de toda a incerteza gerada pela PEC da transição, e essa incerteza diminuiu", afirma o gestor da Kínitro Capital Maurício Ferraz. "Nos últimos dias, os ativos brasileiros têm devolvido parte da má performance que tiveram, por causa dessa incerteza, e, à medida que o ano vai chegando ao fim, as pessoas vão reduzindo as apostas contra."

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Durante a tarde, dois destaques do noticiário político ajudaram a consolidar a baixa do dólar em relação ao real, segundo Ferraz. Em primeiro lugar, o mercado recebeu positivamente a nova leva de nomes que vão compor a equipe do futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) - especialmente o futuro secretário do Tesouro, Rogerio Ceron, visto como de perfil técnico.

O desempenho da moeda brasileira ainda foi favorecido pela aprovação do Orçamento de 2023, diante da avaliação de alguns parlamentares de que a matéria só seria votada na semana que vem. O desfecho encerra uma série de imbróglios em torno da política fiscal do próximo governo, em um momento no qual o mercado ainda se beneficia da redução das incertezas após a promulgação da PEC da transição, ontem.

Para o economista-chefe do Banco Alfa, Luís Otávio de Souza Leal, a composição do ministério foi bem recebida pelo mercado, sobretudo devido à escolha de Ceron, ex-secretário de Finanças da Prefeitura de São Paulo, para comandar o Tesouro. "A secretaria ficou na mão de alguém que o mercado considera que pode fazer um bom trabalho", resume o analista.

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Durante a manhã, o mercado já recebera positivamente a nomeação dos novos ministros do governo Lula, especialmente com a indicação do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) para o recriado Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O saldo desse ambiente favoreceu o fortalecimento do real, comenta o operador da Fair Corretora Hideki Iha.

"Na época das eleições, tivemos muita antecipação de saída de dividendos, para fugir de um eventual resultado. Agora, aquela tensão passou, todo mundo se defendeu, e a saída, que é normal no final de ano, acabou antecipada", diz Iha. "Eu acredito que o dólar fica como está até o fim do ano, mas não vai derreter. Abaixo de R$ 5,20 é uma taxa de compra, e não de venda."

Com o resultado de hoje, o dólar à vista recua 2,05% na semana, ao menor nível em mais de um mês, desde 9 de novembro, quando encerrou o dia cotado em R$ 5,1821. Para Leal, do Alfa, o cenário corrobora a projeção para a moeda no fim do ano, de R$ 5,20 - abaixo da mediana do último relatório Focus, que indicava uma cotação de R$ 5,25 para a divisa americana no período.

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