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Dólar sobe por aversão externa, incômodo com inflação e ausência de medidas fiscais

O dólar avança no mercado à vista na manhã desta segunda-feira, 27, impulsionado pela aversão ao risco no exterior e o fortalecimento da moeda americana frente a moedas emergentes. A reação dos investidores vem após o anúncio de um modelo de inteligência

Silvana Rocha (via Agência Estado)

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Escrito por Silvana Rocha (via Agência Estado)
Publicado em 27.01.2025, 09:52:00 Editado em 27.01.2025, 10:00:19
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O dólar avança no mercado à vista na manhã desta segunda-feira, 27, impulsionado pela aversão ao risco no exterior e o fortalecimento da moeda americana frente a moedas emergentes. A reação dos investidores vem após o anúncio de um modelo de inteligência artificial mais barato pela startup chinesa DeepSeek. Dados fracos de atividade da China indicam desaceleração econômica e pesam também. Euro, libra e iene sobem frente ao dólar, enquanto os índices futuros das bolsas de Nova York, os mercados de ações europeus e os juros dos Treasuries caem.

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O mercado precifica ainda o boletim Focus, que mostra aumento nas projeções de inflação, com o IPCA para 12 meses à frente subindo de 5,13% para 5,64%. A mediana de IPCA de 2025 passou de 5,08% para 5,50%, acima do teto da meta, e para 2026, subiu de 4,10% para 4,22%. A Selic para 2025 foi mantida em 15%, e o dólar projetado para o fim de 2025 e 2026 segue em R$ 6,00. A projeção do PIB para 2025 subiu ligeiramente para 2,06%, enquanto para 2026 caiu para 1,72%.

A confiança do consumidor caiu 5,1 pontos em janeiro, alcançando 86,2 pontos, o menor nível desde fevereiro de 2023, quando estava em 85,7 pontos. Em médias móveis trimestrais, o índice recuou 2,2 ponto. A FGV apontou que a queda foi impulsionada pela deterioração das perspectivas futuras e das condições atuais, o que trouxe o indicador para a faixa dos 80 pontos, refletindo maior pessimismo entre os consumidores no início do ano.

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Na sexta-feira, 24, o dólar chegou a cair a R$ 5,88 com sinais brandos de tarifas dos EUA à China, mas acabou fechando mais perto da estabilidade, cotado a R$ 5,9186 (-0,12%). O mercado local reagiu mal, após o ministro da Casa Civil, Rui Costa, mencionar que uma das medidas aventadas pelo governo para baratear os alimentos é a redução de tarifas de importação.

Ainda que o impacto fiscal seja pequeno, economistas e o mercado veem a ideia de forma negativa, pois sinalizaria uma tendência a intervenções maiores à frente caso a comida não fique mais barata - prioridade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ainda que Costa tenha afastado ações mais heterodoxas, a credibilidade do governo está arranhada, segundo os agentes. Ainda assim, a moeda americana emendou na sexta o quinto pregão consecutivo de baixa no mercado local e terminou a semana com desvalorização de 2,42% - a maior queda semanal desde o início de agosto do ano passado.

O mercado segue focado nas discussões do governo visando soluções para reduzir os preços dos alimentos em meio à falta de novas medidas fiscais do governo. O Ministério da Fazenda negou ontem que propostas fiscais seriam anunciadas nesta semana.

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No câmbio, a formação da taxa Ptax do fim de janeiro nesta semana pode aumentar a volatilidade nos negócios.

Às 9h42, o dólar à vista subia 0,30%, a R$ 5,9364. O dólar futuro para fevereiro ganhava 0,40%, a R$ 5,9410.

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