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Dólar sobe e supera R$ 5,75 com receio fiscal à espera de fala de Lula

Após rondar a estabilidade no fim da manhã e no início da tarde desta segunda, 24, o dólar à vista ganhou força nas últimas horas de pregão e se firmou em terreno positivo. Na reta final dos negócios, em meio a mínimas sucessivas do Ibovespa, a moeda amer

Antonio Perez (via Agência Estado)

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Escrito por Antonio Perez (via Agência Estado)
Publicado em 24.02.2025, 18:36:00 Editado em 24.02.2025, 18:45:34
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Após rondar a estabilidade no fim da manhã e no início da tarde desta segunda, 24, o dólar à vista ganhou força nas últimas horas de pregão e se firmou em terreno positivo. Na reta final dos negócios, em meio a mínimas sucessivas do Ibovespa, a moeda americana superou o nível de R$ 5,75 e fechou em alta de 0,44%, a R$ 5,7560, na máxima do dia.

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O escorregão do real à tarde teria sido motivado por uma postura mais conservadora dos investidores à espera do pronunciamento em rede nacional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, às 20h30. A Secretária de Comunicação Social (Secom) informou que Lula vai falar dos programas sociais o Pé-de-Meia e o Farmácia Popular, que podem ter impactos fiscais.

Além disso, fontes afirmaram que Lula vai editar uma medida provisória para autorizar a liberação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para os trabalhadores que foram demitidos e não puderam acessar o saldo retido na conta por terem aderido à modalidade de saque-aniversário.

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O Broadcast também apurou que a equipe econômica deve enviar ao Congresso após o Carnaval o redesenho do projeto de lei para custear o programa do Auxílio Gás dentro das regras do arcabouço fiscal. A dúvida é como o governo vai encontrar recursos do Orçamento para entregar "gás de graça" para 22 milhões de famílias, como prometido pelo presidente.

O economista-chefe da corretora Monte Bravo, Luciano Costa, afirma que a sequência de informações que podem indicar expansão fiscal e até parafiscal, como no caso do FGTS, acabaram jogando o dólar para cima ao longo da tarde. Há receio de que Lula anuncie alterações ou até aumento no Pé-de-Meia, que precisa ser enquadrado nas regras do arcabouço.

"Tudo isso está relacionado à questão fiscal. Há também a perspectiva de medidas de estímulo, o que leva a um divergência entre a política monetária, que tenta desaquecer a economia. Isso parece que acabou tensionando o câmbio", afirma Costa.

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Analistas ouvidos pelo Broadcast nos últimos dias se mostraram preocupados com uma guinada populista de Lula, em uma tentativa de recuperar a popularidade perdida, como mostraram pesquisas de opinião recentes, e se posicionar de forma mais favorável para a eleição de 2026.

O gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo, afirma que mercado tende a operar com volume mais reduzido nesta semana pré-Carnaval, o que pode trazer picos de volatilidade caso haja episódios de aversão ao risco ou surpresas negativas no campo fiscal.

"O mercado está bem parado nos últimos dias em termos de negócios. O real conseguiu se recuperar do tombo do fim do ano em grande parte porque não tinha notícia ruim vindo de Brasília. Os estrangeiros vieram aproveitar a bolsa barata em dólar e os nossos juros", afirma Galhardo, que vê a taxa de câmbio oscilando no curto prazo entre R$ 5,70 e R$ 5,90.

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No início da amanhã, o dólar até ensaiou uma queda, mas sem romper o nível de R$ 5,70, com mínima a R$ 5,7080. A moeda americana encerrou a semana passada com ganhos de 0,60%, após uma sequência de sete semanas consecutivas de desvalorização. Em fevereiro, o dólar ainda acumula baixa de 1,38%, o que leva as perdas no ano a 6,86%.

Lá fora, o índice DXY - termômetro do comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes - operou ao redor da estabilidade ao longo do dia. Investidores aguardam a agenda pesada da semana para calibrar as apostas em torno dos próximos passos do Federal Reserve. Na quinta-feira, 27, sai resultado do PIB dos EUA o quatro trimestre. E na sexta-feira, 28, é divulgado o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), medida de inflação preferida pelo Banco Central dos EUA.

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