O dólar registrou nova máxima a R$ 6,1155 (alta de 2,10%) no mercado à vista durante a manhã desta sexta-feira, 29. A moeda norte-americana continua refletindo o estresse do mercado financeiro com o pacote fiscal do governo e, agora, também há o temor em relação aos impactos do câmbio na inflação.
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O economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni, atribui o persistente estresse no mercado de câmbio ao pacote de medidas anunciado na quinta-feira. "A desoneração do IR proposta desvia o foco da contenção de gastos e devem encontrar resistências no Congresso", afirma.
Ele acredita que as propostas serão dificultadas por parlamentares de oposição, que podem enfraquecer as medidas e rejeitar a elevação do IR para super-ricos.
A expectativa de arrecadação com a tributação de super ricos é inferior ao custo da isenção de IR para rendas de até R$ 5 mil, justifica. Além disso, a inflação pode ser pressionada pelo dólar alto e pelo baixo nível de desemprego no país, elevando os juros futuros acima de 14%, que levam o mercado a apostar em taxa Selic perto de 15% no fim do atual ciclo de aperto, comenta.
O risco fiscal e fatores externos, como a desaceleração da economia chinesa e as políticas de Trump, têm afastado investidores estrangeiros do Brasil, piorando a liquidez no câmbio também, apesar do elevado diferencial de juros interno e externo, acrescenta.
Pesa hoje, ainda, a pressão dos investidores comprados em dólar no mercado futuro, na disputa pela última taxa Ptax do mês, que serve de referência para liquidação e rolagem de contratos.
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