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Dólar sobe 0,68% e supera R$ 4,96 com China e estresse de Treasuries

O dólar à vista iniciou a semana em alta no mercado doméstico de câmbio, acompanhando a onda de fortalecimento da moeda americana no exterior e o avanço das taxas dos Treasuries. Já castigadas na semana passada pela perspectiva de juros elevados por perío

Antonio Perez (via Agência Estado)

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Escrito por Antonio Perez (via Agência Estado)
Publicado em 25.09.2023, 17:46:00 Editado em 25.09.2023, 17:49:15
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O dólar à vista iniciou a semana em alta no mercado doméstico de câmbio, acompanhando a onda de fortalecimento da moeda americana no exterior e o avanço das taxas dos Treasuries. Já castigadas na semana passada pela perspectiva de juros elevados por período prolongado nos EUA, as divisas emergentes, em especial as latino-americanas, e de países produtores de matérias-primas sofrem com notícias negativas do setor imobiliário chinês, o que deprime preços de commodities.

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Com sinal positivo desde a abertura dos negócios, a moeda acelerou o ritmo de alta no início da tarde, quando tocou máxima a R$ 4,9750. O dólar perdeu parte do fôlego nas horas finais de negociação e fechou em alta de 0,68%, cotado a R$ 4,9662 - maior valor de fechamento desde o último dia 8. Com o ganho 1,26% na semana passada e o avanço de hoje, a divisa passa a acumular leve valorização em setembro (+0,30%). No ano, a moeda ainda apresenta perdas de 5,94%.

Para o economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni, o fortalecimento do dólar se dá em meio uma mudança das expectativas em torno da política monetária americana após o comunicado do BC americano e a entrevista do chairman Jerome Powell na semana passada. O mercado já incorpora aos preços dos ativos a possibilidade de que a taxa de juros permaneça em nível elevado por mais tempo nos Estados Unidos, mesmo que não haja uma alta adicional dos FedFunds anos próximos meses.

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"Com essa perspectiva nos EUA, o fluxo para emergentes tende a ser menor. E ainda temos a questão da China, que acaba puxando commodities para baixo e tira atratividade da bolsa brasileira. Isso ajuda a impulsionar o dólar no mercado interno", afirma Velloni, para quem a real magnitude dos problemas no setor imobiliário chinês ainda é uma incógnita e vai seguir assombrando o mercado.

A incorporadora chinesa Evergrande anunciou que está impossibilitada de emitir novos títulos devido a uma investigação sobre uma de suas afiliadas, em um desdobramento que compromete seus planos de reestruturar o equivalente a mais de US$ 300 bilhões em dívidas. E a China Oceanwide Holdings, outra incorporadora, anunciou hoje que sofrerá liquidação pelo tribunal judicial das Bermudas, após falhar em pagar um empréstimo de US$ 175 milhões para um de seus credores.

Termômetro do comportamento do dólar frente a uma cesta de seis divisas fortes, o índice DXY operou em alta ao longo do dia e voltou a superar a linha dos 106,000 pontos, com máxima aos 106,097 pontos, diante da fraqueza do euro. A taxa da T-note de 10 anos, principal ativo do mundo, subiu mais de 2% superando a casa de 4,54% nas máximas, atingindo o maior nível desde outubro de 2007.

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Para Velloni, da Frente Corretora, com o quadro externo adverso, dúvidas sobre o cumprimento da meta fiscal e manutenção do ritmo de cortes da taxa Selic em 0,50 ponto porcentual pelo Banco Central, a taxa de câmbio pode voltar a superar o nível de R$ 5,00. "Talvez o BC tenha que adotar uma postura mais cautelosa, porque o diferencial de juros vai diminuir e deixar o real bem menos atrativo", diz.

À tarde, a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) informou que a balança comercial brasileira registrou superávit comercial de US$ 1,591 bilhão na 4ª semana de setembro. Até a 4ª semana do mês, o superávit acumulado em setembro chega a US$ 7,210 bilhões. No ano, o saldo é positivo em US$ 69,615 bilhões.

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