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Dólar sobe 0,36% em dia de correção, mas fecha semana com baixa de 1,16%

Após cinco pregões consecutivos de queda, período em que acumulou desvalorização de 2,46%, o dólar à vista subiu na sessão desta sexta-feira, 16. Pela manhã, a divisa ensaiou tocar os R$ 4,85, ao registrar máxima a R$ 4,8498, mas perdeu fôlego ao longo da

Antonio Perez (via Agência Estado)

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Escrito por Antonio Perez (via Agência Estado)
Publicado em 16.06.2023, 18:23:00 Editado em 16.06.2023, 18:25:53
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Após cinco pregões consecutivos de queda, período em que acumulou desvalorização de 2,46%, o dólar à vista subiu na sessão desta sexta-feira, 16. Pela manhã, a divisa ensaiou tocar os R$ 4,85, ao registrar máxima a R$ 4,8498, mas perdeu fôlego ao longo da tarde com pressão vendedora no mercado futuro. Com mínima a R$ 4,8088, o dólar encerrou cotado a R$ 4,8196, avanço de 0,36%. Segundo operadores, houve um movimento natural de ajuste de posições e realização de lucros no mercado doméstico, induzido pelo sinal predominante de alta da moeda americana em relação a divisas emergentes e de países exportadores de commodities.

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Apesar do respiro hoje, o dólar à vista encerrou a semana com perda de 1,16% em relação ao real, na esteira da pausa no aperto monetário pelo Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) e do anúncio da mudança da perspectiva do rating brasileiro (BB-) de estável para positiva pela S&P Global. Com queda em nove dos 11 pregões de junho, o dólar tem desvalorização de 5,00% no mês e de 8,72% no ano.

Termômetro do comportamento da moeda americana frente a pares, o índice DXY subiu hoje e voltou a ultrapassar a linha dos 102,400 pontos na máxima, com ganhos de mais de 1% ante o iene, após o Bando do Japão (BoJ) manter a política monetária expansionista. Além disso, monitoramento do CME Group mostrou que as chances de juros no fim do ano nos EUA acima dos níveis atuais voltaram a ser majoritárias. Na semana, contudo, o Dollar Index caiu mais de 1%, em razão, sobretudo de perdas de mais de 2% na comparação com o euro. Ontem, o Banco Central Europeu (BCE) elevou as taxas de juros da zona do euro em 25 pontos-base e deixou a porta aberta para continuidade do ciclo de aperto.

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Para o economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho, era de se esperar uma recuperação do dólar hoje, com ajustes após a euforia provocada pelo ingresso de recursos externos para a bolsa e a pausa no aperto monetário pelo Federal Reserve. "Com a perspectiva crescente de queda de juros em agosto, os ingressos de gringos se tornaram mais robustos nos últimos dias", afirma Velho.

Dados da B3 mostram que os investidores estrangeiros ingressaram com R$ 767,681 milhões na bolsa doméstica na sessão de quarta-feira, 14. No mês de junho, houve entrada de R$ 6,913 bilhões. Com isso, o saldo do capital externo no ano está positivo em R$ 13,791 bilhões.

O gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo, também atribui a alta do dólar hoje uma correção natural e vê a taxa de câmbio oscilando no intervalo entre R$ 4,80 e R$ 5,00 no curto prazo. A conjuntura internacional, diz Galhardo, favorece o real ao combinar perspectiva de fim de alta de juros nos EUA e estímulos monetários na China. "A revisão da S&P ajuda bastante e o arcabouço avança no Congresso mesmo que a trancos e barrancos. O fluxo exportador e especulador mantém a liquidez no mercado de câmbio e estanca a possibilidade de uma alta expressiva do dólar", afirma.

Pela manhã, investidores digeriram a deflação de 2,20 do IGP-10 de junho, acima da mediana de Projeções Broadcast (-2,12%), e o avanço de 0,56% do IBC-BR em abril, enquanto a mediana apontava estabilidade. A deflação no atacado sugere menos pressões inflacionárias à frente e respalda as apostas em início do ciclo de corte da taxa Selic em agosto ou setembro.

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