MAIS LIDAS
VER TODOS

Economia

Dólar se aproxima de R$ 5,00 com exterior após indicadores fracos na China

O dólar à vista emendou nesta terça-feira, 15, a terceira sessão consecutiva de alta no mercado doméstico de câmbio e voltou a se aproximar do nível de R$ 5,00, em mais um dia de fortalecimento da moeda norte-americana em relação a divisas emergentes e de

Antonio Perez (via Agência Estado)

·
Escrito por Antonio Perez (via Agência Estado)
Publicado em 15.08.2023, 17:48:00 Editado em 15.08.2023, 17:56:20
Imagen google News
Siga o TNOnline no Google News
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.
Continua após publicidade

O dólar à vista emendou nesta terça-feira, 15, a terceira sessão consecutiva de alta no mercado doméstico de câmbio e voltou a se aproximar do nível de R$ 5,00, em mais um dia de fortalecimento da moeda norte-americana em relação a divisas emergentes e de países exportadores de commodities. Dados fracos da indústria e do varejo na China divulgados aumentaram as preocupações com a desaceleração da segunda maior economia do mundo, que não arrefeceram nem mesmo com a decisão do Banco do Povo da China (PBoC) de reduzir várias de suas taxas de juros. Além disso, houve nova rodada de alta das taxas dos Treasuries longos à tarde, o que pressionou ativos de risco mundo afora.

continua após publicidade

Em alta desde a abertura de negócios, o dólar quase furou o teto de R$ 5,00 pela manhã ao registrar máxima de R$ 4,9977. No fim do dia, a divisa avançava 0,43%, cotada R$ 4,9868 ainda no maior valor de fechamento desde 1º de junho. Com avanço em 9 dos 11 pregões de agosto, a moeda já acumula valorização de 5,44% no mês. Principal termômetro do apetite por negócios, o contrato de dólar futuro para setembro movimentou pouco mais de US$ 11 bilhões.

Como na segunda-feira, o real apresentou nesta terça o segundo pior desempenho entre seus principais pares, apenas atrás do peso colombiano. Mesmo com a rodada forte de depreciação das moedas latino-americanas em agosto, o peso colombiano ainda apresenta ganhos de aproximadamente 15% em relação ao dólar no ano, seguido pelo peso mexicano (12%) e pelo real (5%).

continua após publicidade

O diretor de investimentos da Alphatree Capital, Rodrigo Jolig, observa que o mercado estava tecnicamente bastante posicionado em "moedas de carrego" no fim do verão no Hemisfério Norte, em referência a divisas de países latino-americanos com taxas de juros elevadas. Segundo Jolig, havia a expectativa de que o governo chinês adotaria medidas mais fortes para estimular o crescimento neste ano e que as taxas dos Treasuries permaneceriam comportadas.

"Mas os dados da China estão decepcionante bastante. E os yields dos Treasuries estão abrindo, com a perspectiva de juro neutro subindo e taxas de juros mais altas por mais tempo nos EUA. Como o mercado estava tecnicamente muito posicionado no carrego, houve uma correção", diz o diretor da Alphatree. "Esse movimento de depreciação está ainda bem controlado. Mas já começa haver preocupação de que possa haver uma correção maior em algum momento. O principal ponto de desconforto são os Treasuries longos."

Em alta firme na comparação com divisas emergentes, o dólar apresentava no fim da tarde ligeiro avanço em relação ao euro e ao iene, o que levava o índice DXY a trabalhar acima da linha dos 103,200 pontos, próximo da máxima da sessão, aos 103,274 pontos. A taxa da T-note de 10 anos acelerou à tarde e voltou a superar o nível de 4,20%. Indicadores norte-americanos divulgados pela manhã mostraram sinais divergentes. As vendas no varejo cresceram 0,7% na margem em julho, acima do esperado (0,4%). De outro lado, o índice de atividade industrial Empire State caiu para -19,0 em agosto, quando a previsão era de baixa de 0,6.

continua após publicidade

Embora o ambiente externo esteja por trás da onda de depreciação do real, operadores citam o desconforto com o cenário doméstico como um fator que contribui para recomposição de posições cambiais defensivas. Há preocupação com os desdobramentos da rusga entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) e o atraso na votação final do arcabouço fiscal.

Lira e líderes partidários se reuniram nesta terça e definiram que o encontro para discutir as alterações feitas pelo Senado no projeto de lei do arcabouço fiscal será na próxima segunda-feira, 21, segundo o relator da matéria, deputado Cláudio Cajado (PP-BA).

O episódio do "apagão" de energia que atingiu quase todos os Estados brasileiros pela manhã foi monitorado, mas não teve influência na formação da taxa de câmbio.

Gostou desta matéria? Compartilhe!

Icone FaceBook
Icone Whattsapp
Icone Linkedin
Icone Twitter

Mais matérias de Economia

    Deixe seu comentário sobre: "Dólar se aproxima de R$ 5,00 com exterior após indicadores fracos na China"

    O portal TNOnline.com.br não se responsabiliza pelos comentários, opiniões, depoimentos, mensagens ou qualquer outro tipo de conteúdo. Seu comentário passará por um filtro de moderação. O portal TNOnline.com.br não se obriga a publicar caso não esteja de acordo com a política de privacidade do site. Leia aqui o termo de uso e responsabilidade.
    Compartilhe! x

    Inscreva-se na nossa newsletter

    Notícia em primeira mão no início do dia, inscreva-se agora!