O dólar opera em baixa ante o real nesta terça-feira, 14, alinhado à desvalorização externa predominante frente a outras divisas principais e várias emergentes e ligadas a commodities. Na curva de juros, as taxas futuras abriram perto dos ajustes anteriores, mas passaram a cair, embora o fortalecimento dos juros dos Treasuries no exterior, após o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) dos EUA acima do esperado, ajude a limitar as perdas.
O PPI norte-americano avançou 0,5% em abril ante março, segundo pesquisa divulgada pelo Departamento do Trabalho do país nesta terça-feira. O resultado superou a expectativa de analistas consultados pela FactSet, que previam alta de 0,3% no período. Na comparação anual, houve acréscimo de 2,2% em abril, menor do que a projeção de 2,3% da Factset.
O núcleo do PPI, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, também subiu 0,5% em abril ante março, superando consenso de 0,2%. Na comparação anual, o núcleo do PPI aumentou 2,4%, acima da previsão de 2,3%.
Na abertura, os ajustes foram discretos no câmbio e juros, mas as taxas futuras passaram a cair dada a percepção de que a ata do Copom suavizou as preocupações do mercado com um eventual Banco Central leniente com a inflação em 2025, após o mal-estar com o placar dividido da decisão de corte de 0,25 pp da Selic, a 10,50% na última semana.
Segundo a ata, os diretores que votaram por 0,25 ponto de queda avaliaram que a sinalização era condicional e, mais importante do que um custo reputacional, era o compromisso com o combate à inflação. Já os que optaram pelo corte de 0,50 p.p. argumentam que seguir o guidance e reforçar o compromisso com o combate à inflação não pode ser confundido com leniência.
Já o volume de serviços prestados no Brasil subiu 0,4% em março ante fevereiro, na série com ajuste sazonal, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No mês anterior, o resultado do indicador foi uma queda de 0,9%.
O resultado de março ficou ligeiramente acima da mediana das previsões de analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que apontava alta de 0,3% (intervalo ia de queda de 0,5% a uma alta de 1,4%).
Na comparação com março do ano anterior, houve redução de 2,3% em março de 2024, já descontado o efeito da inflação. Nessa comparação, as previsões eram de uma redução de 3,7% a alta de 1,9%, com mediana negativa de 2,5%.
No câmbio, o recuo do dólar leva em conta ainda notícias mais animadoras sobre o mercado imobiliário chinês e as perspectivas de cortes menores da taxa Selic favorecendo diferencial de juros local.
Contudo, incertezas sobre o risco fiscal e o início de corte de juros nos EUA servem de contraponto, limitando a queda. No radar está ainda um discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell (11 horas).
Às 9h53, o dólar à vista caía 0,47%, a R$ 5,1266. O dólar para junho estava a R$ 5,1340, em baixa de 0,62%.
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