O dólar opera em baixa ante o real nesta segunda-feira, 27, ampliando perdas de sexta-feira, quando houve relatos de ingressos de investidores estrangeiros. Os ajustes no câmbio no período da manhã acompanham o alívio externo com o setor bancário, após a compra do Silicon Valley Bank (SVB) pelo americano First Citizens Bank. Ainda assim, há temores de recessão e aposta quase consensual em manutenção de juros pelo Fed na reunião em maio.
Os investidores digerem também uma nova piora nas expectativas de inflação para 2024 e 2025 no País. No boletim Focus, a mediana das projeções para o IPCA em 2023 no boletim Focus caiu de 5,95% para 5,93%, mas para 2024 subiu de 4,11% para 4,13% e, para 2025, de 3,90% para 4,00%. As estimativas para Selic seguem em 12,75% para 2023; 10,00% para 2024; 9,00% para 2025.
Nesta semana, o mercado local tem esperanças de que sejam anunciados o arcabouço fiscal e os novos diretores do Banco Central, diante do adiamento da viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China por causa de uma pneumonia, e também do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Além disso, há expectativas pela ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), na terça, o Relatório Trimestral de Inflação, na quinta-feira, e a disputa técnica no mercado de câmbio em torno da última taxa Ptax de março, na sexta-feira, 31.
Na semana passada, o Copom manteve a taxa Selic em 13,75% ao ano e alertou no comunicado que não é descartada alta de juro se persistir a desancoragem das expectativas de inflação. As críticas do governo à autoridade monetária escalaram, aumentando o interesse pela resposta do BC na ata de amanhã.
O Rabobank elevou sua projeção para o IPCA deste ano, de 5,7% para 5,9%, além de estimar uma queda menor da Selic terminal, de 8,75% pata 10,00%, diante da incerteza fiscal e da desaceleração mais lenta da inflação.
Mais cedo, o Banco Central também divulgou dados de transações correntes e de investimentos diretos no País (IDP). Já a FGV informou que a confiança do consumidor subiu 2,5 pontos em março ante fevereiro, na série com ajuste sazonal. O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) ficou em 87,0 pontos. Em médias móveis trimestrais, o índice encolheu 0,3 ponto, quarto mês seguido de queda.
O IPC-Fipe, que mede a inflação na cidade de São Paulo, subiu 0,36% na terceira quadrissemana de março, repetindo a variação observada na segunda quadrissemana deste mês.
Às 9h48, o dólar à vista caía 0,55%, na mínima do dia, a R$ 5,2223. O dólar para abril recuava 0,53%, a R$ 5,2275.
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