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Dólar perde força à tarde e fecha em leve queda, a R$ 5,56, com sinal de corte de gastos

Após instabilidade e troca de sinais, com investidores digerindo as medidas fiscais propostas e em estudo pelo governo para substituir parte do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o dólar à vista se firmou em queda na reta final dos negó

Antonio Perez (via Agência Estado)

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Escrito por Antonio Perez (via Agência Estado)
Publicado em 09.06.2025, 17:55:00 Editado em 09.06.2025, 18:07:19
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Após instabilidade e troca de sinais, com investidores digerindo as medidas fiscais propostas e em estudo pelo governo para substituir parte do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o dólar à vista se firmou em queda na reta final dos negócios desta segunda-feira, 9, e fechou em baixa de 0,13%, a R$ 5,5625. Foi o terceiro pregão seguido de recuo da moeda norte-americana, que está nos menores níveis desde o início de outubro e já acumula desvalorização de 2,74% em junho e de 9,99% em 2025

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"O mercado estressou pela manhã porque só se falava das medidas pelo lado da receita. À tarde, apareceram sinais de que o governo vai tentar algo do lado do controle de gastos", afirma o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, ressaltando que o dólar cai praticamente em relação a todas as moedas nesta segunda-feira.

No domingo à noite, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou medidas que vão permitir recalibrar as alíquotas do IOF, incluindo tributação de títulos de renda fixa hoje isentos, como Letras de Crédito Imobiliário (LCI), aumento de taxação sobre as bets e alíquotas mais elevadas para Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e Juros sobre o Capital Próprio (JCP). Outra proposta é rever 10% das isenções tributárias infraconstitucionais. Foi acordada outra reunião para debater a redução de gastos primários.

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A avaliação entre economistas consultados pela reportagem do Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) ao longo do dia é que as medidas, se forem aprovadas, podem levar o governo a cumprir as metas fiscais até o fim do mandato do governo Lula, mas não resolvem a questão estrutural das contas públicas, que caminham para um estrangulamento em 2027. Além disso, ausência de propostas imediatas de cortes de gastos provocou certo ruído.

À tarde, fontes ouvidas pelo Broadcast informaram que, na reunião com líderes realizada no domingo, o governo apresentou aos parlamentares um quadro dos gastos que estão pressionando o Orçamento, com foco nas despesas que tiveram uma trajetória mais explosiva nos últimos anos, como Benefício de Prestação Continuada (BPC), o Fundeb, e os fundos de participação de Estados e municípios (FPE e FPM).

Segundo relatos de fontes da equipe econômica, a percepção é de que houve compreensão do problema e uma concordância da necessidade de discussão de uma solução estrutural por parte dos parlamentares. O combinado após o encontro é que os líderes vão levar as medidas para a base e avaliar quais temas têm chance de avançar para discussão.

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O chefe da mesa de câmbio da EQI Investimentos, Alexandre Viotto, afirma que era de se esperar um comportamento mais volátil da taxa de câmbio nesta segunda, com investidores ainda digerindo as medidas propostas pelo governo. Viotto destaca, porém, que a tendência global de queda do dólar e a valorização das commodities ao longo do primeiro semestre, ao lado de uma taxa de juros local atrativa para o carry trade, tendem a dar sustentação ao real.

"Não tivemos hoje novidades nas negociações comerciais entre China e Estados Unidos, mas temos um movimento estrutural de queda do dólar no exterior que ajuda o nosso câmbio", afirma Viotto, destacando o recuo de quase 9% neste ano do índice DXY - que mede o desempenho do dólar em relação a uma cesta de seis moedas fortes. "Aqui havia o temor de um Banco Central mais permissivo com a inflação, mas isso não aconteceu. A taxa de juros tende a permanecer alta e isso favorece o carry trade."

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