O dólar ficou volátil na primeira hora de negociação e retomou sinal positivo nesta quarta-feira, 7. O mercado de câmbio abriu em baixa sob influência da desvalorização externa, mas passou a subir em seguida com uma realização, depois de acumular perdas de 3,17% frente o real nas últimas quatro sessões.
Lá fora, a moeda norte-americana é pressionada e recua ante pares rivais e divisas emergentes ligadas a commodities, refletindo um apetite por ativos de risco. As commodities estão subindo, como petróleo, minério de ferro e alguns produtos agrícolas, apesar da queda das exportações e importações chinesas em maio maior que a esperada.
Nos EUA, por sua vez, a balança comercial teve déficit comercial de US$ 74,6 bilhões em abril, maior que o déficit de US$ 60,6 bilhões de março (dado revisado hoje, de US$ 64,2 bilhões antes informado), segundo dados do Departamento do Comércio. Analistas ouvidos pela FactSet previam um déficit maior, a US$ 75,2 bilhões. As exportações tiveram queda mensal de 3,6%, a US$ 249,0 bilhões em abril. Já as importações subiram 1,5%, a US$ 323,6 bilhões.
Em véspera de feriado no Brasil, os juros futuros operam em baixa, ampliando perdas de ontem. Os investidores reagem à desaceleração do IPCA a 0,23% em maio, ante alta de 0,61% em abril, abaixo do piso das estimativas do mercado (+0,24%) captadas pelo Projeções Broadcast. A difusão no IPCA atingiu 55,97% em maio, ante 66,05% em abril.
O indicador deve reforçar a chance de o Banco Central antecipar o corte da taxa Selic para agosto, segundo expectativas do mercado, depois da deflação de 2,33% do IGP-DI mensal na margem anunciada ontem. Mesmo com apostas em pausa nos juros pelo Fed na reunião dos dias 13 e 14 de junho, investidores avaliam que o diferencial de juros interno e externo deve se manter atrativo com a manutenção da Selic sendo esperada ao menos até julho.
O mal-estar nos mercados internacionais mais cedo com a queda de exportações e importações da China foi absorvido e os investidores ficaram aliviados com projeções melhores da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para o crescimento mundial e no Brasil.
A OCDE elevou sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) global em 2023 de 2,6% para 2,7%, e manteve a estimativa de avanço de 2,9% em 2024. A organização projeta também que a taxa de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) deve ser elevada em 25 pontos-base nos próximos meses e, após esse aumento, deve permanecer no pico até o segundo semestre de 2024, quando começará a cair.
Além disso, para o Brasil, a OCDE elevou as estimativas para o crescimento do PIB de 1,0% para 1,7% em 2023, enquanto a previsão para o próximo ano passou de 1,1% para 1,2%. No entanto, a tendência é de moderação no ritmo de expansão, à medida que taxas de juros restritivas e fraco crescimento do crédito limitam a demanda doméstica. Os números ainda representam uma desaceleração em comparação a 2022, quando a atividade econômica do país cresceu 3,0%, segundo o relatório.
Às 9h51, o dólar à vista subia 0,21%, a R$ 4,9225. O dólar para julho avançava 0,13%, a R$ 4,9440.
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