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Dólar inicia a semana em alta de olho em risco geopolítico e Federal Reserve

Após perda de 1,05% na semana passada, o dólar à vista subiu no mercado doméstico de câmbio nesta segunda-feira, 24, em sintonia com o movimento de fortalecimento global da moeda norte-americana. Investidores limitaram exposição ao risco e se refugiaram n

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 24.01.2022, 19:00:00 Editado em 24.01.2022, 19:08:23
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Após perda de 1,05% na semana passada, o dólar à vista subiu no mercado doméstico de câmbio nesta segunda-feira, 24, em sintonia com o movimento de fortalecimento global da moeda norte-americana. Investidores limitaram exposição ao risco e se refugiaram no dólar em meio ao recrudescimento das tensões geopolíticas entre Ocidente e Rússia, que ameaça invadir a Ucrânia, e à expectativa pela decisão de política monetária do Federal Reserve (o banco central norte-americano), na quarta-feira, 26.

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No pior momento da sessão, o dólar chegou a tocar a casa de R$ 5,52, ao correr até a máxima de R$ 5,5247 (1,27%) no início da tarde. Em seguida, com desaceleração do ritmo de alta da moeda americana no exterior, a divisa também perdeu um pouco de fôlego por aqui, fechando a R$ 5,5032, ganho de 0,88%. Apesar disso, o dólar ainda acumula perda de 1,30% em janeiro. Com o pregão à vista já fechado, o contrato de dólar futuro para fevereiro diminuiu o ritmo de alta, em meio a virada das bolsas americanas para o positivo, e acabou encerrando com avanço de 0,37%, a R$ 5,49400, abaixo do valor no spot.

O real, desta vez, não amargou o pior desempenho entre as divisas emergentes e de países exportadores de commodities, papel que coube, por motivos óbvios, ao rublo. A moeda brasileira também apresentou performance superior a de seus pares, como o peso mexicano, o rand sul-africano e o peso chileno.

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"A questão geopolítica está servindo como gatilho para esse movimento de piora dos ativos. Mas acho que tem algo maior por trás, que é a expectativa pelo Fed", diz o gestor Rodrigo Knudsen, da Vitreo, ressaltando que o BC americano tem adotado uma política de transparência e tende a ser mais explícito sobre a normalização da política monetária em seu comunicado na quarta-feira.

A sanção do Orçamento de 2022 pelo presidente Jair Bolsonaro, com veto de R$ 3,1 bilhões, abaixo do pedido pelo ministério da Economia, e reserva de R$ 1,7 bilhão para reajuste de servidores não agradou o mercado, mas, de certa forma, já estava refletida nos preços dos ativos, dizem operadores. Teme-se, contudo, que eventual reajuste para servidores federais da área de segurança dê novo fôlego às reivindicações de outras categorias. Outro ponto de preocupação é a PEC que zera tributos para combustíveis e energia, cujo resultado pode ser aumento no rombo das contas públicas e, por tabela, da percepção de risco fiscal.

Embora veja a crise geopolítica e a expectativa em torno da intensidade e do "timing" da alta de juros nos EUA como fatores preponderantes para a trajetória dos ativos nesta segunda, o economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho, afirma que a sanção do Orçamento, com contingenciamento abaixo do esperado, e a potencial renúncia fiscal contida na PEC dos combustíveis ajudam a pressionar o dólar.

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"A política fiscal emite sinais negativos no que se refere ao aumento de gasto e renúncia de receita. A percepção é de um orçamento mais gastador e com potencial ruído caso a reserva seja usada para reajuste de policiais", diz Velho, ressaltando que, na semana passada, o real foi beneficiado pela reversão de posições compradas em dólares por parte de estrangeiros, que já teriam sido ajustadas.

Para a economista-chefe da Armor Capital, Andrea Damico, a semana passada mostrou o peso do investimento estrangeiro na formação dos preços dos ativos locais, em especial no câmbio e na bolsa. A "grande questão", diz a economista, é se esse fluxo seguirá firme apesar do risco político e eleitoral, além do ciclo de alta de juros nos EUA, que costuma abalar os fluxos para países emergentes.

Damico observa que a percepção de que o Fed "poderá ser mais agressivo na elevação dos juros e redução de seu balanço" ganhou força e já produziu "uma forte elevação dos juros reais implícitos nas curvas" de juros nos EUA.

Pela manhã, o BC vendeu US$ 500 milhões em leilão de linha, de uma oferta total de R$ 1,5 bilhão, em operação para rolar vencimento de 2 de fevereiro. Foi aceita apenas uma proposta. Já a oferta de 17 mil contratos de swap cambial (US$ 850 milhões), para rolagem dos vencimentos em março, foi totalmente absorvida.

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