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Dólar fecha em leve alta com mercado dê olho em novo Bolsa Família

Depois de ensaiar uma arrancada até o patamar de R$ 5,30 na primeira etapa de negócios, em dia marcado por valorização global da moeda americana e muita volatilidade, o dólar à vista perdeu força por aqui ao longo da tarde e chegou a tocar brevemente o te

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 09.08.2021, 17:57:00 Editado em 09.08.2021, 18:02:46
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Depois de ensaiar uma arrancada até o patamar de R$ 5,30 na primeira etapa de negócios, em dia marcado por valorização global da moeda americana e muita volatilidade, o dólar à vista perdeu força por aqui ao longo da tarde e chegou a tocar brevemente o terreno negativo, mas acabou encerrando os negócios em leve alta.

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O alívio na taxa de câmbio se deu em meio a declarações do ministro da Cidadania, João Roma, dando conta de que os gastos para a ampliação do valor do Bolsa Família, rebatizado de Auxílio Brasil, têm que ser enquadrados no teto de gastos. A Medida Provisória (MP) com o novo programa e uma série de outras iniciativas na área social foi entregue hoje à Câmara dos Deputados.

Segundo operadores, embora a definição do aumento do Bolsa Família tenha ficado para setembro, a percepção é a de que o governo já abandonou informalmente a pretensão de elevar o benefício para R$ 400. Os sinais, ainda que tênues, em favor da preservação do teto de gastos abriram espaço para uma realização pontual de lucros e ajuste de posições. O mercado ainda permanece, porém, muito sensível à questão fiscal e monitora de perto tanto o reajuste do Bolsa Família quanto a questão dos precatórios, o que reduz o fôlego do real.

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"A taxa de câmbio ainda permanece em nível elevado, apesar de ter ficado hoje quase estável em relação a sexta-feira, porque o mercado entende que os riscos para a nossa economia ainda são muito altos com a questão fiscal", afirma a economista do Banco Ourinvest Cristiane Quartaroli.

Fontes ouvidas pelo Broadcast dizem que o governo vai propor mudança no cálculo de correção dos precatórios, o que ajudaria a abrir espaço no orçamento de 2022. A PEC sobre o tema, a ser enviada ao Congresso, permitiria o parcelamento dos precatórios da União a serem pagos no ano que vem, com mudança do índice de correção para taxa Selic (pela regra atual, parte dos precatórios são corrigidos pelo IPCA mais a remuneração da caderneta de poupança).

Com máxima de R$ 5,2989 e mínima de R$ 5,2148, o dólar à vista fechou a primeira sessão desta semana em alta de 0,21%, a R$ 5,2473. Na B3, o dólar futuro para setembro subia 0,30%, a R$ 5,26300, com giro na casa de US$ 13 bilhões.

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"Não é que a MP do novo Bolsa Família agradou de todo. Vai agradar mesmo na hora em que o mercado entender qual será o valor. Na verdade, o mercado só deu uma corrigida no exagero da alta do dólar pela manhã, quando tinha estresse na Bolsa também com queda do minério e do petróleo", afirma o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus.

Para o diretor da Wagner Investimentos, José Faria Júnior, o governo "dormiu no ponto" na questão dos precatórios e houve muito ruído em torno do reajuste do Bolsa Família para R$ 400, o que provocou estragos nos mercados. "O Brasil flerta com o abismo sempre que discute o Orçamento. Foi assim no ano passado. Mas o pior parece que está passando,", afirma Júnior "Na questão dos precatórios, vai ter que parcelar mesmo. Mas o Bolsa Família deve ficar dentro do teto e vai ter veto na questão do Refis (programa de parcelamento de dívidas)".

Júnior também ressalta que o aumento da taxa Selic, embora ainda não dê sustentação a apostas a favor do real, já desencoraja a manutenção de posições mais fortes em dólar, o que também ajuda a conter avanços maiores da moeda americana. "Um dólar na faixa de R$ 5,15 a R$ 5,18 é possível. Abaixo disso é difícil por conta da questão externa, com essa expectativa sobre a retirada de estímulos pelo Fed".

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Lá fora, o índice DXY - que mede o desempenho do dólar frente a seis moedas fortes - opera em alta, perto do patamar dos 93,000 pontos. As divisas emergentes também apanharam hoje do dólar, em dia de queda do petróleo e do minério de ferro, além de preocupações com a disseminação da cepa Delta do coronavírus.

Depois dos números expressivos do relatório de emprego (payroll) nos EUA em julho, divulgado na sexta-feira, cresceram as apostas em torno de que o Federal Reserve anuncie nos próximos meses o início da redução do ritmo de compra de bônus (tapering). Isso reforça ainda mais a importância do índice de preços ao consumidor (CPI) de julho, que será divulgado na quarta-feira (11)

O presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, afirmou hoje que o "tapering" pode começar entre outubro e dezembro, mas ponderou que uma decisão depende do eventual impacto da variante Delta sobre a economia americana. Já o presidente do Fed de Boston, Eric Rosengren, foi mais duro e disse que a instituição deveria anunciar o "tapering" em setembro

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