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Dólar fecha abaixo de R$ 5,10 com investidores à espera de CPI nos EUA

O dólar abriu a semana em queda firme, abaixo da linha de R$ 5,10, em meio à continuidade do movimento de enfraquecimento global da moeda norte-americana e de valorização dos ativos de risco iniciado na última sexta-feira, 9. Operadores nesta segunda-feir

Antonio Perez. Com Eduardo Laguna (via Agência Estado)

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Escrito por Antonio Perez. Com Eduardo Laguna (via Agência Estado)
Publicado em 12.09.2022, 17:54:00 Editado em 12.09.2022, 17:58:31
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O dólar abriu a semana em queda firme, abaixo da linha de R$ 5,10, em meio à continuidade do movimento de enfraquecimento global da moeda norte-americana e de valorização dos ativos de risco iniciado na última sexta-feira, 9. Operadores nesta segunda-feira, 12, relataram ao longo da sessão fluxo de recursos estrangeiros para a bolsa doméstica e desmonte de posições defensivas no mercado futuro de câmbio.

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Com a agenda de indicadores esvaziada, investidores operaram à espera da divulgação, na terça-feira, do índice de preços ao consumidor (CPI) nos Estados Unidos em agosto para balizar as apostas sobre o ritmo e magnitude da alta de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).

A tese que embala a recuperação dos mercados de risco é a de que a inflação americana já atingiu seu pico e começará a dar sinais claros de arrefecimento. Isso facilitará o trabalho do Fed no controle das expectativas e abrirá caminho para um 'soft landing' da economia dos EUA. A perspectiva de alta dos Fed Funds em 75 pontos-base no próximo dia 21 já parece bem assimilada.

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Mediana das estimativas de 27 analistas consultados pelo Projeções Broadcast é de recuo de 0,1% do CPI em agosto, com alta de 8% na comparação anual. Caso a estimativa se confirme, será a primeira deflação mensal do indicador desde maio de 2020. Pesquisa da distrital do Federal Reserve em Nova York, divulgada nesta segunda-feira, mostrou que a mediana das expectativas para o avanço dos preços daqui a um ano caiu de 6,2% em julho a 5,7% em agosto. No horizonte de três anos, a queda foi de 3,2% a 2,8%.

Após uma queda até certo ponto contida pela manhã, o dólar aprofundou a baixa ao longo da tarde e tocou mínima a R$ 5,0842 (-1,23%). No fim do dia, a moeda era cotada a R$ 5,0974, recuo de 0,98% - o que fez o real ter uma das melhores performances entre moedas pares latino-americanas e de exportadores de commodities. Após as perdas nos três últimos pregões, o dólar passou a acumular queda de 2% no mercado doméstico em setembro.

"O dólar devolveu toda a gordura da semana passada. Ainda vejo fundamento para um real mais apreciado no curto prazo, com o dólar talvez testando novamente os R$ 5,05", afirma o diretor de produtos de câmbio da Venice Investimentos, André Rolha.

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Analistas também ressaltam que houve uma rodada muito forte de apreciação global da moeda americana nas semanas anteriores, tanto pela busca por segurança quanto pela fraqueza de pares fortes, como o euro e o iene. A mudança de discurso do Banco Central Europeu (BCE), que elevou a taxa da zona do euro em 75 pontos-base na semana passada e prometeu novas altas, diminuiu o desalinhamento entre as políticas monetárias europeia e americana, contribuindo para um movimento de realização da divisa dos EUA.

Termômetro desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, com predomínio do euro, o índice DXY - que havia superado os 110,000 pontos na semana passada, atingindo o maior patamar em 20 anos - agora opera pouco acima da linha dos 108,000 pontos. Entre as commodities, as cotações do petróleo apresentaram recuperação nesta segunda, com o tipo Brent para novembro, referência para a Petrobras, em alta de 1,25%, a US$ 94 o barril. Não houve negócios com minério de ferro em razão do feriado lunar chinês.

"A perspectiva é de que a inflação pode desacelerar nos EUA. As cadeias produtivas e de suprimentos, que provocaram escassez de produtos, estão se normalizando. E o petróleo, um dos grandes responsáveis pela aceleração da inflação, não está mais tão pressionado", afirma o economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni, para quem o Fed poderia reduzir o ritmo de alta da taxa básica para 50 pontos-base já neste mês.

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Em evento no período da tarde desta segunda, o ex-secretário do Tesouro e economista-chefe do BTG Pactual, Mansueto Almeida, afirmou que o real não deve perder valor ante o dólar no próximo ano, uma vez que, mesmo com a alta dos juros nos países de menor risco, o diferencial das taxas que remuneram o investidor no Brasil seguirá elevado. Mansueto, nesse ponto, lembrou que se o Federal Reserve dá sinal de que não vai cortar os juros tão cedo, o Banco Central (BC) tampouco indica que vai fazer diferente.

"O diferencial de juros é grande, ninguém espera desvalorização do real no ano que vem. Os mais cautelosos esperam taxa de câmbio relativamente constante", afirmou Mansueto.

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