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Dólar cai pelo terceiro pregão seguido e fecha a R$ 5,1648

O dólar emendou o terceiro pregão consecutivo de queda firme no mercado doméstico de câmbio nesta terça-feira, 28, e voltou a fechar abaixo da linha de R$ 5,20, em dia marcado por nova onda de enfraquecimento global da moeda americana. Operadores relatara

Antonio Perez (via Agência Estado)

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Escrito por Antonio Perez (via Agência Estado)
Publicado em 28.03.2023, 18:30:00 Editado em 28.03.2023, 18:34:09
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O dólar emendou o terceiro pregão consecutivo de queda firme no mercado doméstico de câmbio nesta terça-feira, 28, e voltou a fechar abaixo da linha de R$ 5,20, em dia marcado por nova onda de enfraquecimento global da moeda americana. Operadores relataram fluxo de estrangeiros para ações brasileiras e ressaltaram a perspectiva de manutenção de taxas reais de juros atrativas por mais tempo após o tom duro da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.

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Entre máxima a R$ 5,1950 e mínima a R$ 5,1490, ambas pela manhã, o dólar fechou cotado a R$ 5,1648, em queda de 0,80%. Com perda de 2,36% nos últimos três pregões, a moeda acumula desvalorização de 1,15% em março e de 2,18% ano. Termômetro do apetite por negócios, o contrato de dólar futuro para abril movimento mais de R$ 14 bilhões. Investidores já começam a se posicionar para a disputa da formação da última taxa Ptax de março, na sexta-feira, 31.

O gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo, nota que, a despeito das idas e vindas nas últimas semanas, o dólar segue rodando basicamente em uma banda entre R$ 5,00 e R$ 5,30, sem assumir uma tendência mais firme. "Depois da ata do Copom, todas as expectativas estão voltadas para o novo arcabouço fiscal. Há risco de piora forte se houver decepção com o projeto" afirma Galhardo.

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À tarde, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que amanhã haverá reunião conclusiva sobre o novo arcabouço fiscal, que será divulgado ainda nesta semana. Instigado a comentar a ata do Copom, Haddad disse que o documento "veio com termos mais condizentes com as perspectivas futuras de harmonização da política fiscal com a política monetária" - tese que é reiteradamente defendida pelo ministro.

Embora tenha dito que não "relação mecânica entra convergência de inflação e a apresentação do arcabouço fiscal", o Copom afirmou na ata que regras fiscais sólidas e críveis podem "levar a um processo desinflacionário mais benigno através de seu efeito no canal de expectativa". O Banco Central identificou "dinâmica inflacionária movida por excessos de demanda", o que mostra necessidade de desaceleração da atividade. "Tal processo demanda serenidade e paciência na condução da política monetária para garantir a convergência da inflação para suas metas", afirma a ata.

"A ata do Copom trouxe uma recomposição nos vértices mais curtos das taxas de juros futuros, o que levou a uma melhora do real, em razão do diferencial de juros entre o Brasil e o exterior", afirma a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, ressaltando que não há, contudo, uma leitura mais otimista para o país que dê força à moeda brasileira.

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Para a economista-chefe do Credit Suisse no Brasil, Solange Srour, o fato de o governo não ter intensificado os ataques contra o Banco Central após a publicação da ata do é uma surpresa positiva que explica parte dos ganhos de ativos brasileiros hoje.

"Estou surpresa que a ata não gerou um ataque generalizado ao BC. Vejo isso como positivo, porque aumenta a chance de harmonizar o fiscal e o monetário", afirmou a economista. "Inclusive, acho que é por isso que o câmbio está apreciando hoje, o que mostra como distensionar o clima político é muito importante."

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