O dólar à vista renovou mínima, a R$ 6,1442 (-1,94%) há pouco, após vendas integrais de US$ 8 bilhões em dois leilões à vista nesta manhã. O comportamento mais recente de queda da moeda norte-americana tem ligação com a venda robusta de dólar que o Banco Central realizou no período da manhã, mas, antes da queda e perto das 9h45, a moeda chegou a renovar máximas intradia a R$ 6,30 (alta de 0,55%) - recorde nominal, indicando persistência da cautela fiscal.
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O diretor de câmbio da corretora Ourominas, Elson Gusmão, considera o alívio irrisório diante da escalada da divisa, que ainda ganha mais de 6% em 30 dias, e vê o mercado desafiando o Banco Central para testar até onde irá intervir no câmbio.
Gusmão questiona fundamentos que justifiquem o dólar a R$ 6,30 e diz que há especulação à medida que os problemas fiscais no País persistem há anos.
"O cenário atual combina percepções negativas sobre a situação fiscal com um ataque especulativo", diz o diretor.
A falta de clareza na comunicação do governo é um problema, agravado por um mercado majoritariamente alinhado à direita, que pode adotar posturas contra o governo visando as eleições de 2026, avalia o diretor.
Às 11h07, o dólar à vista perdia 1,50%, a R$ 6,1725.
Os dois leilões do BC
O Banco Central vendeu há pouco a oferta total de US$ 5 bilhões no segundo leilão de dólares à vista realizado nesta quinta-feira. Dez propostas foram aceitas e o diferencial de corte em relação à taxa Ptax foi de -0,035000.
Mais cedo, o BC já havia vendido a oferta total de US$ 3 bilhões em um leilão de dólares à vista anunciado na noite de ontem.
Com as operações desta quinta-feira, o BC já injetou US$ 20,760 bilhões no mercado de câmbio desde o último dia 12.
Ao todo, US$ 13,760 bilhões foram injetados em leilões à vista, e o restante, em leilões de linha, com compromisso de recompra.
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