O dólar ampliou a queda intradia na manhã desta quarta-feira, 9. A moeda norte-americana registrou mínima aos R$ 4,8748 (baixa de 0,46%) no mercado à vista, após intercalar viés de baixa e alta nos primeiros negócios.
O diretor da corretora Correparti, Jefferson Rugik, disse que a queda externa do dólar ajuda, mas acelerou ante o real com uma entrada grande de fluxo comercial, após o dólar ter subido à máxima, aos R$ 4,9057 (+0,19%) mais cedo.
"O mercado abriu com viés positivo acompanhando a valorização do dólar frente a alguns pares do real no exterior. Mas houve um ingresso grande de investidor estrangeiro, após a subida da moeda a R$ 4,90, e o dólar acelerou a queda", afirmou Rugik.
Segundo ele, é possível que esse fluxo estrangeiro positivo esteja relacionado à oferta de ações da Copel, que foi privatizada", comentou o diretor.
Na abertura, com a agenda externa vazia, o mercado olhou a estabilidade das vendas no varejo, melhor do que a mediana das previsões colhidas pelo Projeções Broadcast, que apontava queda de 0,2%, com estimativas que iam de redução de 0,7% a alta de 1,4%. Na comparação com junho de 2022, sem ajuste sazonal, as vendas do varejo tiveram alta de 1,30% em junho, maior que a mediana positiva de 0,9%. As vendas do varejo restrito acumularam crescimento de 1,30% no ano e, em 12 meses, houve alta de 0,90%, ante avanço de 0,80% até maio.
Os investidores consideram ainda os comentários do diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Abry Guille. Ele reforçou ontem que não está nos planos do BC aumentar o ritmo de flexibilização monetária, o que pode reduzir as apostas de um corte mais agressivo, de 75 pontos-base, na Selic em setembro. "É baixa a probabilidade de intensificação do ritmo de ajuste. Para intensificar o corte de Selic, precisamos reunir um conjunto maior de informações", afirmou.
Na semana passada o Comitê de Política Monetária (Copom) baixou a Selic em 50 pontos-base, para 13,25%. A maioria das instituições consultadas pelo Projeções Broadcast, 82,9%, prevê três cortes de 50 pontos-base da Selic por reunião até o fim do ano e 17,1% projetam ao menos um corte de 75 p.b ponto até o fim de 2023.
No radar local ficam reunião do senador Eduardo Braga (MDB-AM), relator da reforma tributária no Senado, com o secretário especial para a reforma tributária do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, dando início às discussões da reforma no Senado.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estará com o relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), deputado Danilo Forte (União-CE), e os senadores Leila Barros (PDT-DF) e Renan Calheiros (MDB-AL), em meio às indefinições que rondam o orçamento para o próximo ano - a Câmara precisa concluir a análise do arcabouço fiscal para o Congresso votar a LDO e o governo enviar a proposta orçamentária até o final deste mês.
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