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Dólar cai 1,10% com ajustes e perspectiva de alta menor de juros nos EUA

O dólar à vista encerrou a sessão desta terça-feira, 24, cotado a R$ 5,1427, em baixa de 1,10%, alinhado ao sinal predominante de baixa da moeda americana no exterior e ao recuo dos retornos dos Treasuries, em meio à consolidação da aposta de que o Federa

Antonio Perez (via Agência Estado)

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Escrito por Antonio Perez (via Agência Estado)
Publicado em 24.01.2023, 18:57:00 Editado em 24.01.2023, 19:02:11
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O dólar à vista encerrou a sessão desta terça-feira, 24, cotado a R$ 5,1427, em baixa de 1,10%, alinhado ao sinal predominante de baixa da moeda americana no exterior e ao recuo dos retornos dos Treasuries, em meio à consolidação da aposta de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) vai desacelerar o ritmo de alta da taxa de juros.

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Segundo operadores, passado o estresse com as falas críticas do presidente Lula à autonomia do Banco Central, que levaram a divisa a subir quase 2% na semana passada, agentes aproveitam o ambiente ameno lá fora para ajustar posições e realizar lucros. Houve também relatos de entrada de capital externo para a bolsa brasileira, que teria muitos papéis com preços atraentes.

Afora uma alta pontual na abertura dos negócios, quando o mercado assimilava o IPCA-15 de janeiro levemente acima das expectativas, o dólar trabalhou em baixa durante toda a sessão. A mínima, a R$ 5,1408 (-1,14%), foi por volta das 14h, justamente quando o índice DXY - que mede o desempenho do dólar frente a seis divisas fortes - renovava o piso do dia, abaixo da linha dos 102,000 pontos, com perdas frente ao iene e ao euro, este beneficiado pela perspectiva de mais aperto monetário pelo Banco Central Europeu (BCE).

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"Tivemos declarações de membros do BCE defendendo mais altas de juros na zona do euro. E o mercado aguarda a decisão do Fed na semana que vem. Tudo isso traz um enfraquecimento do dólar", afirma o head de Câmbio da Trace Finance, Evandro Caciano, acrescentando que houve também uma pressão vendedora por questões técnicas.

Já é praticamente consensual a perspectiva de que o Fed anuncie na quarta-feira da próxima semana, 1º de fevereiro, elevação da taxa de juros em 25 pontos-base, para a faixa entre 4,50% e 4,75% - depois da alta de 50 pontos em dezembro. Há apostas de que a taxa não vá muito além de 5% e que possa começar a ser reduzida ainda no fim deste ano. Nos Estados Unidos, dados dos índices de gerentes de compras (PMIs, em inglês) avançaram além do esperado em janeiro, mas seguem abaixo da marca de 50, o que significa contração da atividade.

"A perspectiva de que o Fed tenha uma postura mais moderada favorece moedas emergentes. O real se destacou hoje por uma questão técnica, já que havia subido mais nos últimos dias", afirma a economista Cristiane Quartaroli, do Banco Ourinvest, ressaltando que "internamente ainda há muita cautela" com o cenário político e fiscal.

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Pela manhã, o IBGE informou que o IPCA-15 acelerou de 0,52% em dezembro para 0,55% em janeiro, levemente acima da mediana de Projeções Broadcast (0,52%), mas dentro do intervalo das estimativas (de 0,43% a 0,67%). Com o resultado anunciado hoje, o IPCA-15 em 12 meses tem alta de 5,87%, ante taxa de 5,90% até dezembro.

Embora levemente acima do esperado, o IPCA-15 trouxe uma composição benigna, segundo a maioria dos analistas ouvidos pelo Broadcast. Como a inflação, contudo, não mostra arrefecimento esperado, a tendência é que o Banco Central mantenha o tom duro em sua comunicação. Em geral, casas esperam redução da taxa Selic, atualmente em 13,75% ao ano, a partir do segundo semestre, mas descartam a possibilidade de juro nominal de 1 dígito ainda neste ano.

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