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Dólar cai 0,50% com exterior e novo leilão do Banco Central

Após dois dias seguidos de alta, em que voltou a tocar o patamar de R$ 5,70 e fechou no maior nível desde abril, o dólar à vista encerrou a sessão desta quinta-feira, 16, em queda firme, em sintonia com o enfraquecimento global da moeda americana, na este

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 16.12.2021, 18:25:00 Editado em 16.12.2021, 18:33:06
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Após dois dias seguidos de alta, em que voltou a tocar o patamar de R$ 5,70 e fechou no maior nível desde abril, o dólar à vista encerrou a sessão desta quinta-feira, 16, em queda firme, em sintonia com o enfraquecimento global da moeda americana, na esteira de decisões de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) e do Banco da Inglaterra (BoE).

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O dólar por aqui até esboçou se descolar da tendência externa entre o fim da manhã e o início da tarde, quando correu até a máxima de R$ 5,7242, em meio a relatos de operadores de pressão de saída de recursos por conta de remessas para pagamento de lucros e dividendos, além de ajustes contábeis de empresas. A onda altista se desfez por volta das 13h com a intervenção do Banco Central, que vendeu US$ 830 milhões no spot com taxa de corte de R$ 5,677. Logo em seguida, a taxa de câmbio chegou a tocar no patamar de R$ 5,65, ao descer até a mínima de R$ 5,6597.

A parti daí, o dólar por aqui trabalhou em queda firme, pari passu com a tendência internacional. Com uma piora das bolsas americanas, a moeda desacelerou um pouco o ritmo de queda e fechou o dia cotada a R$ 5,6792, em baixa de 0,50%. Apesar da perda de hoje, o dólar ainda avança de 1,16% na semana e caminha para fechar dezembro em leve alta. No ano, a valorização é de 9,45%.

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Lá fora, o DXY - que mede o desempenho do dólar frente a seis divisas fortes - trabalhou em queda firme, mas ainda em patamares elevados, na casa dos 96,000 pontos. A moeda americana cedeu praticamente em relação a todas as divisas de emergentes e exportadores de commodities. A principal exceção foi a lira turca, que derreteu após o BC turco cortar os juros (de 15% para 14%) e o presidente do país, Recep Tayyip Erdogan, anunciar aumento do salário mínimo.

No dia seguinte ao Federal Reserve anunciar a aceleração da redução da compra mensal de bônus e acenar com três altas de juros em 2022, o BCE informou que vai comprar ativos em ritmo menor e que vai encerrar seu programa de aquisição em março do ano que vem. Já BoE elevou a taxa de juros de 0,10% para 0,25% ao ano, mostrando preocupação com a inflação, apesar da revisão para baixo do crescimento do PIB, por conta da variante ômicron do coronavírus. O euro e libra, que vinham perdendo força ante o dólar recentemente, subiram, movimento que ajudou as divisas emergentes.

O economista e estrategista da RB Investimentos, Gustavo Cruz, observa que as decisões tanto do BCE quanto do BoE eram esperadas após a mudança de tom do Federal Reserve, que abandonou a tese de que a inflação é transitória. Ele ressalta que a variante ômicrom, apesar de se espalhar rapidamente, não tem resultado em maior número de mortes, como mostra o caso do Reino Unido.

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"O Fed dita o tom e os outros bancos centrais seguem a mesma linha. Era esperado que o BCE fosse reduzir a compra de ativos depois que o Fed começasse (o tapering)", diz Cruz, alertando que o retrato de hoje do mercado, de enfraquecimento do dólar, não deve se manter por muito tempo, já que haverá enxugamento da liquidez e alta de juros nos EUA.

Por aqui, o Banco Central reiterou hoje, na apresentação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), o tom duro tanto do comunicado em que anunciou a alta da taxa Selic para 9,25% ao ano, na semana passada, quanto da ata do Copom. A perspectiva é de que o ciclo de aperto monetário em curso leve a taxa básica para a casa de 11% ou 12% - o que beneficia, em tese, o real, ao tornar a renda fixa brasileira mais atraente. É necessário ponderar, contundo, que há um enxugamento global da liquidez, dada a movimentação dos BCs de países desenvolvidos, e maior disputa por recursos com aperto monetário em países emergentes.

Por ora, o comportamento da taxa de câmbio tem sido muito influenciado pela demanda maior por dólares típica de fim de ano, com remessas de lucros e dividendos. Em entrevista na apresentação do RTI, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que tem percebido um aumento do fluxo de saída nas últimas semanas. "Ontem tivemos fluxo grande de dividendos de uma estatal brasileira. Quando entendemos que tem fluxo pontual de saída, fazemos intervenção pontual", disse.

O sócio e CEO da Armor Capital, Alfredo Menezes, observa que o fluxo desta semana deve ter sido "muito negativo", dado remessas para pagamento de dividendos da Petrobras e de juros para detentores de títulos do Banco do Brasil. Pode ter havido também remessas de um player grande para pré-pagamento de dívidas. "Acho que hoje foi o último dia do ano de fluxo no dólar muito ruim. A partir daqui o fluxo alivia. E janeiro é bem mais tranquilo", afirmou Menezes, no Twitter.

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