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Dólar cai 0,16% e encerra a R$ 5,0398 com alívio em Treasuries à tarde

Após uma manhã de oscilações mais fortes, em que flertou com o nível de R$ 5,07 ao registrar máxima a R$ 5,0694, o dólar à vista experimentou uma acomodação ao longo da tarde, operando ao redor da estabilidade. Na última hora de negócios, com a melhora do

Antonio Perez (via Agência Estado)

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Escrito por Antonio Perez (via Agência Estado)
Publicado em 28.09.2023, 17:46:00 Editado em 28.09.2023, 17:50:01
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Após uma manhã de oscilações mais fortes, em que flertou com o nível de R$ 5,07 ao registrar máxima a R$ 5,0694, o dólar à vista experimentou uma acomodação ao longo da tarde, operando ao redor da estabilidade. Na última hora de negócios, com a melhora do apetite ao risco no exterior e novas máximas do Ibovespa, a moeda se firmou em baixa e encerrou a sessão cotada a R$ 5,0398, queda de 0,16%. Na semana, a divisa acumula valorização de 2,18%.

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A onda compradora que dominou as mesas de operação nas últimas três sessões e levou o dólar aos maiores níveis de fins de maio arrefeceu hoje. A moeda americana perdeu força em relação a pares e à maioria das divisas emergentes e de países exportadores de commodities. Principal ponto de preocupação dos investidores nos últimos dias, as taxas de juros longas dos EUA recuaram, com a T-note de 10 anos renovado mínima no fim do dia, na casa de 4,56%.

Operadores já notaram influência na formação da taxa de câmbio do típico movimento de rolagem de posições no mercado futuro, na véspera da formação da última taxa Ptax de setembro e do terceiro trimestre. Termômetro do apetite por negócios, o dólar futuro para outubro apresentou mais uma vez giro forte, acima de US$ 17 bilhões.

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O economista-chefe do Banco Pine, Cristiano Oliveira, observa que o mercado de câmbio foi muito impactado nos últimos dias pela "tempestade perfeita" que atinge a economia americana, com endurecimento do discurso do Federal Reserve, aumento de risco de paralisação parcial do governo dos EUA (shutdown), forte aumento dos preços do petróleo e números mais fortes de atividade. Em tal cenário, nos três primeiros pregões desta semana o real e o peso mexicano sofreram perdas ao redor de 2,5%, ao passo que o peso colombiano, que tem o melhor desempenho no ano, caiu mais de 4%.

"Ainda assim, essas três moedas têm no acumulado no ano evolução ainda bem positiva e devolveram apenas parte da alta. O cenário internacional mais ruidoso não altera nossa visão construtiva para o real por conta dos bons fundamentos ligas às contas externas", afirma Oliveira. "Acreditamos que o real e peso mexicano estão bem posicionados no conjunto de moedas de emergentes e devem voltar a apreciar após os ruídos atuais perderem força".

Entre as divisas latinas, o destaque hoje foi para o peso mexicano, com ganhos de 0,70% em relação ao dólar no fim da tarde, na esteira da decisão do Banco Central do México de manter a taxa básica de juros em 11,25% a ano. O Banxico alertou para "panorama monetário complicado e incerto" e repetiu que pretende manter a taxa inalterada "por período prolongado".

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Por aqui, o Banco Central reforçou na apresentação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI) pela manhã, com presença do presidente Roberto Campos Neto, que prende manter o ritmo de redução da taxa Selic em 0,50 ponto até o fim do ano. Ele observou que a alta recente do dólar é "mais um movimento global do que local", com dúvidas sobre a extensão do aperto monetário nos EUA. Campos Neto ressaltou que, para o BC brasileiro, o mais importante é ver como essa movimentação do câmbio afeta as expectativas de inflação.

Nos EUA, indicadores divulgados pela manhã - leitura final do PIB do segundo trimestre levemente abaixo da expectativa e aumento menor que o esperado de pedidos semanais de seguro-desemprego - não desfizeram a visão de que a economia segue aquecida. Em todo caso, o fato de não terem surpreendido para cima já ajuda a amenizar os temores de alta adicional de juros neste ano. Sem direto a voto nas reuniões de política monetária do BC americano, o presidente do Fed de Richmond, Tom Barkin, disse, à tarde, que o crescimento parece "sólido", mas que ainda é cedo para saber se será necessário que a taxa de juros avance ainda mais.

Houve também acomodação dos preços do petróleo. Depois de subirem com força nos últimos dias, avivando temores de mais pressões inflacionárias, os contratos futuros da commodity caíram mais de 1% em movimento de realização de lucros, embora permaneçam em níveis elevados, acima da linha de US$ 90. O contrato do tipo Brent para dezembro fechou em baixa de 1,34%, a US$ 93,10 o barril.

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