O dólar iniciou os negócios em queda nesta sexta-feira, 3, em manhã de apetite moderado por ativos de risco no exterior. Mas o sinal se inverteu e a moeda passou a subir ante o real há pouco. Às 9h41, o dólar à vista registrou máxima a R$ 5,2123, ante mínima a R$ 5,1848 (-0,37%).
Um pano de fundo de cautela política e fiscal pesa nos ajustes do mercado de câmbio, segundo operadores.
"As pressões políticas contra o Banco Central continuam, as perspectivas da Petrobras não são positivas e a economia segue em desaceleração", cita em nota a MCM Consultores.
O aumento da inflação no atacado no País chama atenção também. O Índice de Preços ao Produtor (IPP), que inclui preços da indústria extrativa e de transformação, teve alta de 0,29% em janeiro, ante recuo de 1,26% em dezembro, informou nesta sexta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O alívio no exterior é moderado porque a sensação de investidores é de os bancos centrais terão de ampliar aumentos de juros para conter a inflação, que vem mostrando desaceleração mas ainda está bem acima das metas estipuladas de 2% pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e Banco Central Europeu (BCE).
O aumento dos PMIs europeus hoje reforça as apostas em BCE agressivo, além de comentários de dirigentes do BCE, Luis de Guindos e Madis Muller. O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto final da zona do euro indica que a atividade econômica na região "se mostrava razoavelmente resiliente em fevereiro", na avaliação da Capital Economics.
Os índices para Espanha e Itália e para o setor de serviços estavam "particularmente fortes", diz a consultoria, acrescentando que o quadro "deve encorajar o Banco Central Europeu (BCE) a prosseguir com mais altas de juros".
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