Leia a última edição
--°C | Apucarana
Euro
--
Dólar
--

Economia

publicidade
ECONOMIA

Distribuidoras de combustíveis planejam pedir 'waiver' do mandato de biodiesel para ANP

Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no WhatsApp Compartilhar no Telegram
Siga-nos Seguir no Google News
Grupos do WhatsApp

Receba notícias no seu Whatsapp Participe dos grupos do TNOnline

As grandes distribuidoras de combustíveis do País consideram pedir à Agência Nacional do Petróleo (ANP), um "waiver", espécie de dispensa temporária, do cumprimento da mistura obrigatória de biodiesel no diesel B vendido a varejistas, apurou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado).

Segundo fontes do setor, a petição administrativa à ANP seria feita pelo Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom). A informação foi confirmada pelo diretor-executivo do Sindicom, Mozart Rodrigues. O documento está pronto e aguarda aprovação final das presidências das empresas associadas. O Sindicom reúne hoje Vibra, Raízen e Ipiranga, além de Shell, TotalEnergies, YPF, Castrol, Iconic, Moove e Petronas Lubrificantes.

publicidade
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.

O pedido de "waiver" por parte das grandes empresas do setor vem em resposta a uma suposta escalada das fraudes ligadas ao alto preço do biodiesel que, em dezembro, superou o do combustível fóssil em R$ 2,70 por litro, diferença que ficou comumente acima dos R$ 2,30 ao longo do ano. Ao não realizar a mistura, empresas regionais obtêm vantagem de até R$ 0,37 por litro em cima de empresas que observam a regra, calcula o Instituto Combustível Legal (ICL), um think tank setorial financiado por algumas das empresas reclamantes.

Hoje o mandato do biodiesel está em 14% da mistura do diesel, o que deve passar a 15% a partir de março e aumentar em 1 ponto porcentual por ano até 2020, conforme previsão em lei. A movimentação feita agora, portanto, também se antecipa ao aumento do mandato em 1º de março, cujo efeito prático é tornar o descumprimento do mandato ainda mais vantajoso financeiramente.

Pressão

publicidade

Executivos do setor ouvidos pelo Broadcast enxergam o pedido mais como um "movimento de pressão" por maior fiscalização, visto que, dificilmente, a ANP concordaria em suspender o mandato do biodiesel. Formalmente, a ideia é que o pedido de interrupção do cumprimento da mistura valha até que a agência demonstre capacidade de fiscalizar o setor.

Eles ressaltam que, nos últimos meses de 2024, o trabalho de fiscalização da qualidade dos combustíveis feito pela ANP chegou a ser interrompido por falta de verba. "Chegamos a uma situação limite. Se há número tão grande de 'players' atuando de forma irregular, é preciso rever essa fiscalização. E até lá, que se suspenda a exigência. Pelo menos até que o xerife (ANP) tenha condições de fiscalizar", diz uma fonte.

Malfeitos

publicidade

A não mistura de biodiesel em porcentual adequado é só mais um dos malfeitos que garantem vantagem financeira a empresas irregulares. A lista é longa e inclui, também, sonegação fiscal e descumprimento das metas do RenovaBio, problema antigo do setor.

Como já mostrou o Broadcast, a não compra de créditos de descarbonização (CBios), garantiria vantagem de R$ 0,04 a R$ 0,12 por litro às distribuidoras inadimplentes. Uma parte dessas frações "economizadas" são incorporadas como ganho na cadeia ilegal e outra chega às bombas, tornando o preço final mais competitivo.

Gostou da matéria? Compartilhe!

Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no WhatsApp Compartilhar no Email

Últimas em Economia

publicidade

Mais lidas no TNOnline

publicidade

Últimas do TNOnline