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Discurso sem surpresas de Trump traz alívio e taxas caem

As taxas dos contratos futuros de Depósito Interfinanceiro (DI) terminaram o primeiro pregão da semana em baixa, reagindo à ausência de surpresas no discurso de posse do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e corrigindo parte do avanço observado n

Gustavo Nicoletta (via Agência Estado)

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Escrito por Gustavo Nicoletta (via Agência Estado)
Publicado em 20.01.2025, 18:42:00 Editado em 20.01.2025, 18:49:29
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As taxas dos contratos futuros de Depósito Interfinanceiro (DI) terminaram o primeiro pregão da semana em baixa, reagindo à ausência de surpresas no discurso de posse do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e corrigindo parte do avanço observado na sexta-feira, 17, quando tiveram um leve descolamento dos mercados de juros globais.

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Os juros futuros chegaram a subir mais cedo após dados publicados no boletim Focus mostrarem piora nas expectativas de inflação e um aumento na previsão para a taxa Selic ao final de 2026. No entanto, passaram a cair diante da notícia de que Trump evitaria adotar tarifas de importação logo no início do mandato, o que se confirmou no discurso de posse.

"Ele fez referências genéricas em termos de implementar tarifas, mas não anunciou nenhuma medida de fato. O que se viu foi uma continuação do movimento de fraqueza do dólar e isso de uma forma geral traz um pouco mais de apetite por risco. Os mercados locais acabam se beneficiando", disse Huang Seen, head de renda fixa da Schroders.

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"Esse foi o gatilho de melhora, inclusive para as moedas: ele não colocar a tarifa agora, principalmente sobre China", disse Daniel Miraglia, economista-chefe do Integral Group. Ele ressaltou no entanto, que o volume de negócios foi baixo hoje em função do feriado nos Estados Unidos, o que pode ter exacerbado um pouco o movimento das taxas.

Gustavo Okuyama, gestor de renda fixa da Porto Asset, aponta que no Brasil as taxas conseguiram recuar do fim de 2024 para cá tanto por uma melhora no cenário externo quanto por questões técnicas - entre elas o maior espaço para a tomada de risco por parte dos gestores com a virada do ano -, mas que ainda há elementos dificultando o recuo dos juros futuros.

"Uma coisa que está jogando para o outro lado é o leilão do Tesouro. A gente teve na semana passada um leilão de prefixados muito grande, concentrado no vencimento de 2029", disse Okuyaa. Segundo ele, quando o Tesouro acelerou muito a colocação de prefixados no mercado em ocasiões anteriores, os investidores aplicaram mais prêmio na ponta longa e o governo preferiu migrar para as LFTs.

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Huang, porém, aponta que durante praticamente todo o mês de dezembro o Tesouro "tirou o pé" dos leilões e inclusive chegou a anunciar recompra de papéis, o que torna natural uma tentativa de retomar as emissões agora, com condições de mercado menos desfavoráveis.

A taxa do contrato de DI para janeiro de 2026 caiu a 14,925%, de 14,975% no ajuste anterior. A taxa para janeiro de 2027 diminuiu a 15,130%, de 15,233%, e a taxa para janeiro de 2029 recuou a 15,015%, de 15,170%.

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