A presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Boston, Susan Collins, afirmou nesta quinta-feira, 11, que a política monetária no país está "bem posicionada" neste momento, e defendeu uma "abordagem paciente", até que o BC dos Estados Unidos tenha mais certeza sobre a desinflação e possa cortar juros. Em discurso no Clube Econômico de Nova York, ela disse que projeta retorno da inflação à meta de 2%, com o mercado de trabalho ainda saudável, mas advertiu que este será um processo "desigual", com alguns sobressaltos.
Sem direito a voto nas decisões de política monetária deste ano, Collins ponderou que os riscos e as incertezas "seguem elevados", no quadro atual. Ainda assim, traçou um quadro positivo para a economia, com atividade robusta, mesmo em ambiente de juros elevados. A força da demanda foi destacada por ela.
Collins afirmou que, na sua avaliação, já diminuiu o risco de que a política monetária fique apertada demais. Os riscos à economia estão mais equilibrados, entre cortar os juros muito cedo ou esperar demais para agir. A política monetária agora está "bem posicionada para a necessária abordagem paciente, metódica, para lidar com esses riscos", afirmou.
Ela ainda disse que leituras da inflação um pouco mais elevadas no início deste ano não devem surpreender, diante desse retorno com alguns sobressaltos à meta e depois de números mais fracos vistos anteriormente. Comentou que esperar que todos os indicadores estejam alinhados seria pedir demais, mas acrescentou que mais sinais de progresso rumo aos 2% de inflação serão necessários antes de se cortar os juros.
Susan Collins se definiu como "otimista realista". Dados recentes sugerem que pode levar mais tempo até haver a confiança na baixa da inflação, antes de começar o relaxamento na política monetária, apontou. Ela também destacou o quadro de incertezas recentes, sobre por exemplo a força do consumo, que representa parcela importante da economia norte-americana.
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