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Dirigente do BoE alerta que redução gradual dos juros pode prejudicar processo de desinflação

A dirigente do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) Catherine Mann alertou nesta terça-feira, 19, que há risco de a inflação no Reino Unido não permanecer na meta de 2% de modo sustentável, durante testemunho no parlamento britânico. Ao contrário

Laís Adriana (via Agência Estado)

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Escrito por Laís Adriana (via Agência Estado)
Publicado em 19.11.2024, 12:10:00 Editado em 19.11.2024, 12:15:47
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A dirigente do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) Catherine Mann alertou nesta terça-feira, 19, que há risco de a inflação no Reino Unido não permanecer na meta de 2% de modo sustentável, durante testemunho no parlamento britânico. Ao contrário de outras autoridades do BC, Mann vê riscos em adotar uma estratégia gradual de redução dos juros como apropriada, observando que relaxar a política monetária gera riscos de persistência da inflação.

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"Eu olho para os dados de maneira diferente. Nós subestimamos as dinâmicas de componentes subjacentes. Serviços e salários seguem elevados, e me preocupo com a resiliência dos consumidores", afirmou a dirigente.

Ela também enfatizou que o novo orçamento fiscal é "inconsistente" com a meta de inflação.

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Mann acredita que será necessário observar se haverá materialização de espiral de avanço salarial e de efeitos de riscos externos, como conflitos geopolíticos e impactos do novo governo nos EUA. A dirigente vê o mercado de trabalho britânico como resiliente e observou que não há dados suficientes para determinar se a movimentação na taxa de desemprego está relacionada a índices de participação ou a dinâmicas de contratação. "O fato é que empresas respondem mais a decisões monetárias do que aos dados disponíveis", afirmou.

Ela sinalizou, no entanto, que mantém em aberto a possibilidade de mudar seu posicionamento sobre a política monetária. "Não defenderei manutenção para sempre. Apoiarei cortes e em ritmo mais agressivo, quando as condições forem apropriadas", pontuou.

Por outro lado, a dirigente do BoE Clare Lombardelli avaliou que os riscos para a inflação estão mais equilibrados, com desemprego estável e normalização das cadeias de suprimento. "Não parece ter um grande excesso de demanda na economia, mas é difícil julgar isso", afirmou, acrescentando que ainda há riscos de estagnação dos preços em nível elevado. Na visão dela, as pressões inflacionárias estão perdendo força no Reino Unido, contudo ainda é necessário analisar as dinâmicas salariais ao longo do próximo ano.

Presidente do BoE, Andrew Bailey também defendeu uma postura dependente de dados, mas expressou confiança no retorno da inflação à meta com uma estratégia de redução gradual dos juros. "A trajetória será restritiva o suficiente" para baixar os preços, disse. Sobre o retorno de Donald Trump à Casa Branca, Bailey reforçou que não é possível ponderar os efeitos de novas políticas comerciais ou sugerir um posicionamento para o Reino Unido antes do novo presidente americano tomar posse.

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