Uma das maiores surpresas da lista de credores da Americanas foi o Deutsche Bank, que aparece como o maior deles, com US$ 1 bilhão, o equivalente a R$ 5,2 bilhões. O banco alemão, porém, não tem exposição direta de crédito à varejista brasileira, segundo comunicado.
"O Deutsche Bank não foi afetado, pois não tem relação de empréstimo nem qualquer exposição de crédito à empresa em questão", afirma o banco ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
Na verdade, o Deutsche atua como agente fiduciário (trustee) de dois títulos de dívida (bonds) que a Americanas emitiu no exterior no segundo semestre, de US$ 500 milhões cada, de acordo com uma fonte.
Como fiduciário, o Deutsche apenas mantém o título de dívida em seu poder, mas na verdade os papéis são dos investidores que compraram os bonds na emissão externa.
Os detentores desses títulos, aliás, estão organizando em Nova York um grupo de credores para participar das conversas na recuperação judicial da Americanas.
A ideia é se juntar com investidores brasileiros detentores de debêntures para conseguir maior poder de decisão nas negociações. Juntos, eles possuem perto de R$ 16 bilhões em créditos na Americanas.
Na lista de credores, estão as duas subsidiárias da Americanas sediadas no exterior que fizeram a emissão dos bonds em 2020.
A JSM Global aparece com R$ 3,5 bilhões em crédito com a rede de varejo. A JSM foi a emissora do bonds de US$ 500 milhões, com vencimento em 2030. O outro emissor foi a B2W, que aparece na lista com R$ 3,2 bilhões.
Desde a descoberta do rombo de R$ 20 bilhões, os bonds da Americanas despencaram mais de 80% no mercado internacional, chegando a ser negociados a menos de US$ 0,10 na última sexta-feira. Nesta quarta-feira, apresentam uma recuperação, em US$ 0,145.
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